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Depois de apresentada no OFF Paraty, festival paralelo ao Paraty em Foco, realizado de 21 a 25 de setembro, a exposição coletiva TEMPO FUTURO/FUTURO DO TEMPO, organizada por Patricia Gouvêa (que foi também a curadora do OFF Paraty), chega ao Rio no dia 21 de outubro, na Galeria do Ateliê, com obras em video, fotografia e web art de Ana Angelica Costa, Claudia Hersz, Claudia Tavares, Eduardo Delfim, Joana Traub Czekö, Keyla Sobral, Luiza Baldan, Rebeca Rasel, Renata Ursaia, Tom Lisboa e Patricia Gouvêa.

A novidade da exposição carioca é uma obra em papel da paraense Keyla Sobral, uma das selecionadas 'polêmicas' do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia deste ano, com uma série de desenhos com ... nanquim onde a fotografia era o tema, e não o suporte. A abertura terá uma performance especial da artista Gabriela Maciel, que irá mesclar som e projeção live, com a assessoria de uma equipe multimedia composta pelo DJ Nado Leal, Pedro Meyer, Julio Costa, Breno Fortes e Daniel Chiacos. Antes e depois da performance, a sessão de vídeos TEMPOS PROJETADOS, com trabalhos de Renata Ursaia, Renato Vallone, Susana Guardado e Patricia Gouvêa, será presentada em loop.

Se vivemos em uma época onde o conhecimento científico e artístico produzido já nasce como código digital, pensar imagens significa refletir sobre as conexões que estas necessariamente tecem com os outros suportes disponíveis e os diálogos que daí florescem e que as oxigenam. Se um dia falamos em 'fotografia contaminada', poderíamos falar daqui pra frente em uma 'fotografia oxigenada' por outras práticas artísticas como a a videoarte e a performance? Pensar o futuro da fotografia nos levou a pensar o tempo. Um dia pensamos que o tempo existia, pois podíamos contar seus minutos e frações de segundo.

Hoje o tempo escorre como chuva em nossas mãos e nos convencemos de que este tempo que nos ensinaram - uma linha de instantes que vão do passado para o futuro a partir de um percurso no presente - não existe. O tempo é simultâneo, complexo, labiríntico... e cabe a nós, observadores, 'materializá-lo' na duração de uma experiência. Pensar o futuro do tempo significa pensar nossa vida e as possíveis formas de estarmos no aparente caos do Mundo contemporâneo. Desacelerar para ver? Acelerar a experiência ao máximo para não deixar escapulir uma só gota desta chuva que escorre? A saída parece ser a arte, e seu maravilhoso poder de des-saturar os clichés e nos apresentar micromundos temporais reveladores, imagens que são acontecimentos.