1- A um olhar distante, assemelham-se a montanhas rugosas, talvez precipícios coloridos, manchas que perseguem vultos de angústia, sonhos perdidos, testemunhos de territórios edificados entre o fio subtil da matéria e a carga emotiva da estrutura, abstratizante ou figurativa.
2- Ritmos construídos por impulsos contraditórios que toldam o próprio deslumbramento da representação teatral ou real de uma nudez natural, mas incondicionalmente humana, liberta de histórias aparentemente românticas e inocentes, mas oriundas de territórios paradisíacos, provavelmente ilhas gregas.
3- Como que a saltar de páginas de cadernos até agora secretos, as heroínas, ténues ou densas, não limitam a aparência, deambulam e promovem com garra o desejo da narratividade.
4- As manchas dançam, entrelaçam-se como lágrimas de granizo e transfiguram-se em personagens femininas que, regressadas ao humilde lar, abraçam com tímida aflição o pintor/universo. Cabral Pinto recebe-as de braços abertos, pois o pai/criador gosta sempre de bem receber os seus descendentes.
Agostinho Santos
Jornalista / artista plástico...
Entrada actualizada el el 08 mar de 2017
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