Exposición en Lisboa, Portugal

Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios

Dónde:
Cristina Guerra Contemporary Art / Rua Santo António à Estrela, 33 / Lisboa, Portugal
Cuándo:
22 sep de 2016 - 29 oct de 2016
Inauguración:
22 sep de 2016
Artistas participantes:
Descripción de la Exposición
'Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios' é o mais recente projecto de Edgar Martins. Trata-se de um trabalho desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), de Portugal, entre 2013 e 2016. Este projecto propõe escrutinar, expor e colocar em tensão muitas das contradições e problemas inerentes à representação e conceptualização da morte, em particular a morte violenta, ao mesmo tempo que tenta compreender o papel da fotografia deste processo. Através de uma abordagem simultaneamente objectiva e especulativa, o trabalho faz uso de um conjunto vasto e diversificado de processos visuais - fotografias, apropriações, imagem de arquivo, projecções, instalação e texto - mantendo sempre uma base conceptual e filosófica firmemente ancorada em pensadores como Barthes, Kagan, Secret, Luckhurst, Kulber-Ross, entre variadíssimos outros. Silóqios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios é um projecto que encara a fotografia como um ... meio híbrido, estruturado em torno de tensões conceptuais, permitindo-nos assim confrontar-nos com a fragildade dos nossos sistemas perceptivos e cognitivos. Este trabalho faz parte de um projecto transectorial que inclui variadíssimos eventos públicos, como palestras e mesas redondas, assim como um ciclo de exposições originais e complementares a apresentar em instituições como a Open Eye Gallery (Liverpool, Jan-Mar 2016), MAAT (Lisboa, Jun - Out 2016), Galeria Cristina Guerra (Lisboa, Set - Nov 2016) e Centro Internacional de Arte José de Guimarães (Guimarães, Jan - Abr 2017). Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e outros Interlúdios será editado pela editora britânica The Mouth House em Outubro próximo e contará com ensaios de Sérgio Mah, Timothy Secret e Roger Luckhurst. _______ A exposição que Edgar Martins (Évora, 1977) apresenta na galeria Cristina Guerra Contemporary Art integra a segunda fase de um projecto de trabalho mais abrangente, tendo sido objecto de uma primeira apresentação em Portugal no MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia / Fundação EDP (2016). Sob o título Silóquios e solilóquios sobre a morte, a vida e outros interlúdios, a exposição envolve-nos num universo de interrogações sobre a morte e outros momentos que aludem a uma intermitência da vida, aos interlúdios e intervalos que entre cada imagem vão desvelando indícios e objectos que no espectro da morte se ramificam num vasto arquivo de relações conceptuais, visuais e documentais. Esta investigação, à qual se juntam imagesn extraídas do seu arquivo pessoal, foi desenvolvida pelo artista no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, em Lisboa e Coimbra, ao longo de três anos. As diversas instâncias que a morte é tratada neste projecto de Edgar Martins passam por um processo de aproximação entre imagens, em que a realidade do corpo morto (do cadáver?), se corresponde por exemplo com os efeitos químicos provocados por componentes de frutos tóxicos utilizados por suicidas na Índia, com a intensidade cromática de uma árvore escarlate a confrontar-nos com a ambiguidade do esplendor estético e esse excesso mortífero. Por outro lado, a palavra está presente enquanto momento derradeiro nas cartas de despedida, segundo a designação médico-legal, entre a presença e a ausência, aludindo a essa intermitência da vida. Numa das fotografias é representado, por uma imagem austera sobre fundo negro, um avião de papel fotografado na vertical, que reproduz a forma de uma suposta carta de despedida de um recluso que foi lançada da janela de uma cela *. Uma outra imagem refere ainda esse momento anterior, uma memória ou um testemunho volitivo do desespero suicidário em que podemos ler uma mensagem dirigida a alguém num ecrã de um antigo modelo de um telemóvel Nokia: "Charles, please take my friends out for lunch. Prey for me. Goodbye". Assim como os fotogramas aparentemente abstractos, em que as fotografias reproduzem os limites do papel e em que a mensagem escrita, como espectro ou corpo sem ânimo, consiste apenas na informação metereológica do dia em que determinado indivíduo se suicidou. Estes são apenas alguns exemplos que o arquivo construído no decorrer do projecto pode enunciar em cada nova exposição. A apropriação de fotografias e documentos pertencentes a arquivos de jornais e outras publicações propõe-nos ainda uma aproximação à história das imagens e à sua possível inadequação, por vezes próxima da renúncia, ou negação, que a morte provoca no espectador enquanto temporalidade anacrónica entre o que a imagem reproduz dessa corporalidade desvitalizada e a humanidade que psicologicamente tentamos resgatar nos interstícios desse documento, publicado ou exposto, que nos confronta com a regulação social do poder, a lei, e as suas consequências éticas e morais. As narrativas possíveis, intersectadas e fragmentárias são expostas em diferentes formatos fotográficos e projecções, individualizados em pequenos conjuntos seriais que incluem textos documentais, notícias que o artista resgatou, e que se relacionam com assassínios, ou objectos que somente após o reconhecimento post mortem se transformam em objectos "necrófagos", como por exemplo a pedra ensanguentada ou as cordas que são simultaneamente um documento histórico, pelo facto de terem sido conservadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses após as autópsias, um aspecto singular da constituição de um acervo único numa instituição com esta função legal e específica. Silóquios e solilóquios sobre a morte, a vida e outros interlúdios constitui-se como um campo de possibilidades muito amplo que nos confronta com a corporalidade, com o nosso próprio corpo enquanto correlato de um universo material e visual que emerge a partir da representação ambígua da morte que nunca podemos conhecer e de todos os elementos documentais e ficcionais que transitam infinitamente sobre a possibilidade da imagem reconstituir um momento, ainda que fugaz, em que o corpo resiste à presentificação do cadáver. Mesmo um crânio perfurado é ainda uma imagem e referência ao acto e ao seu efeito, recuperando a identidade de alguém, por vezes anónima, mas que ainda ali reside. Como refere Sérgio Mah, no texto do catálogo da primeira exposição no MAAT: "O projecto assenta precisamente nesse contraponto entre imagens, imaginações e imaginários de um corpo morto como domínio intersticial, um interlúdio entre arte e não arte, entre passado e presente, entre realidade e ficção". João Siilvério _ Setembro 2016 * Conforme a página 11 do catálogo da exposição realizada no MAAT, que se completa com a seguinte descrição: "Esta carta incluía uma mensagem ilegível e críptica, escrita ao contrário, acompanhada da seguinte introdução: Quem levar isto a Manoela na Calçada de Sta. Ana recebe lá 20 escudos. Quem apanhar isto vá já. (...) Mãe, para ler, ponha o papel em frente ao espelho".

 

 

Entrada actualizada el el 18 sep de 2016

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