A Galeria Leme apresenta o segundo site-specific comissionado para o projeto SITU, curado por Bruno de Almeida, dando continuidade a uma pesquisa mais ampla sobre formas de pensar e discutir a produção do espaço (urbano) através de um diálogo entre arte, arquitetura e cidade.
SITU convida o artista Daniel de Paula a conceber uma obra que se relacione simultaneamente com o edifício da galeria e com o espaço público contíguo, e resulte de uma reflexão tanto sobre a história da edificação como do contexto urbano, entendido como matriz físico-social mais ampla.
O projeto de Daniel de Paula articula estas escalas distintas, numa instalação que reúne inúmeros testemunhos de rocha resultantes de sondagens geotécnicas; processos de perfuração para a exploração e reconhecimento do subsolo, utilizado na engenharia civil para a obtenção de dados geológicos necessários ao dimensionamento e definição do tipo de fundações que servirão de base para a construção.
Estes testemunhos são compostos...por camadas rochosas sedimentadas ao longo de milénios, formando uma espécie de linha de tempo que se estende desde a atualidade até a períodos anteriores à história da humanidade.
O artista coleta amostras provenientes de sondagens executadas para obras públicas de mobilidade urbana no Estado de São Paulo, como por exemplo, obras do Metrô e do Rodoanel. Estes grandes eixos de deslocamento são verdadeiros vetores de estruturação urbana, indutores de uma expansão territorial exponencial e fatores determinantes para a formação do preço da terra e dos arranjos dos usos do solo nas cidades.
Ao tornar o espaço externo da galeria num ponto de reunião destes testemunhos, provenientes de vários pontos da região metropolitana de São Paulo, o artista contrapõe o tempo geológico de formação gradual da crosta terrestre, ao tempo de construção e expansão das cidades. Fazendo conviver duas percepções divergentes de solo, uma pautada pelo seu valor simbólico e outra instituída por um valor de troca e negociação.
Sobre o artista:
Daniel de Paula 1987, E.U.A. Vive e trabalha entre São Paulo e Itapevi, Brasil.
Exposições individuais incluem: Objetos de mobilidade, ações de permanência, White Cube Gallery, São Paulo, Brasil (2014); Para estender um corredor, Galeria Cité Internationale des Arts, Paris, França (2013); Programa de exposições, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil (2011), entre outras.
Exposições coletivas incluem: Permanências e destruições, curadoria de João Paulo Quintella, Oi Futuro, Rio de Janeiro, Brasil (2015); La parte que no te pertenece, curadoria de Paulo Miyada, Galeria Maisterravalbuena, Madrid, Espanha (2014); Onsite, curadoria de Mike Nelson, Southend-on-Sea, Inglaterra (2014); Open Cube, curadoria de Adriano Pedrosa, White Cube Gallery Mason's Yard, Londres, Inglaterra (2013); Processos públicos, Paço das Artes, São Paulo, Brasil (2012), entre outras.
Vencedor do prêmio aquisitivo no Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, Brasil (2011) e do prêmio EDP nas Artes, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil (2010).
Sobre o curador:
Bruno de Almeida, 1987, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
Graduado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Portugal. Mestre em Arquitetura pela Accademia di Architettura di Mendrisio, Suíça. Trabalhou como arquiteto em Londres, Reino Unido e também como assistente curatorial no Instituto de Investigação Independente da Fondazione Archivio del Moderno, Suíça.
Imágenes de la Exposición
Daniel de Paula. Testemunho
Entrada actualizada el el 27 oct de 2015
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