Exposición en Lisboa, Portugal

Spolia

Dónde:
Caroline Pagès Gallery / Rua Tenente Ferreira Durão, 12 - 1° Dto. [Campo de Ourique] / Lisboa, Portugal
Cuándo:
30 sep de 2017 - 11 nov de 2017
Inauguración:
30 sep de 2017 / 17:00
Precio:
Entrada gratuita
Organizada por:
Artistas participantes:
Descripción de la Exposición
O Efeito Spolia Num tempo onde a discussão por parte dos museus, instituições culturais, técnicos da especialidade e a própria sociedade civil acerca da devolução de obras de arte retiradas nos séculos passados no contexto de uma curiosidade científica e arqueológica, colonialismo, guerras ou até fetiche na aquisição do exótico, a artista Sofia Leitão apresenta a série Spolia na Galeria Caroline Pagès, em Lisboa. É um novo corpo de trabalho que nasce da pesquisa em torno da simbologia acerca do antigo e de como esta estética foi introduzida na contemporaneidade. O efeito Spolia, termo utilizado no contexto da história de arte quando falamos da reutilização de materiais ou elementos decorativos de outros tempos em construções realizadas hoje, é o ponto de inspiração deste novo trabalho de Sofia Leitão. Os trabalhos apresentados são um conjunto de esculturas e um conjunto de desenhos. As esculturas nascem de um deambular pela cidade do Porto, onde reside ... e trabalha. A artista foi encontrando frisos, e outros elementos decorativos usados na construção de edifícios de outros tempos, bem como pedras soltas e elementos abandonados que integrou nos seus trabalhos escultóricos, dando origem a uma obra que por um lado reflete a contemporaneidade, através do emprego de espelhos cortados em múltiplos fragmentos e folhagem artificial, e por outro remete-nos para os tempos antigos, aqueles de fascínio e descoberta e elementos fragmentados, descontextualizados e misteriosos, tal como Piranesi os imagina nas representações de ruínas, sugerindo uma certa sensibilidade erudita. Um outro trabalho escultórico de pequenas dimensões sugere igualmente esta alusão a outros tempos: uma vitrine com os olhos de uma escultura de bronze. De se notar que as esculturas clássicas de que falamos continham elementos que eram colocados a posteriori tal como os olhos e os cromatismos vários de acordo com indumentária e status do representado. Os olhos desta peça são realizados numa técnica denominada micro mosaico, que é uma alusão direta aos souvenires que os viajantes do século XVIII traziam para a europa dos seus Grand Tours por terras distantes. Os trabalhos sobre papel são também uma série nova que começou com uma experiência quando a artista mostrou interesse num capacete representando um leão de uma parada militar do período do renascimento. De novo o interesse desenvolvido por objetos já não utilizados na contemporaneidade mas carregados de sentido? A partir desta experiência a artista desenvolveu um corpo de trabalho no qual máscaras, bustos, pernas de leão com garras e pernas humanas, entre outros motivos, que remetem para este sentimento geral referido acima: o fascínio pelo fragmento e a beleza antiga. Quem diria que as esculturas retiradas por Lord Elgin (1766-1841) do Parthenon, em Atenas, de autoria de Phidias (c.480-430 BC), que se encontram atualmente no British Museum em Londres iriam criar um paradigma tão forte e presente na cultura visual da sociedade ocidental? Quem diria que o busto de sete toneladas de Ramses II, que se encontra também no British Museum, retirado por Giovanni Battista Belzoni (1778-1823), igualmente tenha criado o correspondente fascínio visual pela cultura Egípcia? De facto existe um fascínio real por estas obras que chegaram a Londres danificadas no século XVIII, por via marítima, como curiosidades circenses e de entretenimento das massas, cobrando ingressos se para poder vê-as. Apesar de desmembradas e descontextualizadas do seu ambiente original, estas pedras deram origem a uma obsessão visual e material que perdura até aos nossos dias. A partir do momento desta chegada a replicação de imagens, miniaturas e cópias destes mármores, Gregos e Egípcios difundiram-se, originando inúmeras interpretações em vários formatos que vão desde o desenho até as famosas réplicas à escala real em gesso muito usadas para fins pedagógicos nas escolas de belas-artes pelo mundo fora, como por exemplo o de Giovanni Batistta Piranesi (1720 - 1778). Com este artista, as “ruínas do passado” passaram a ser lidas como expressão de um sentimento que mistura curiosidade arqueológica com fascínio com culto visual. Este tipo de estética passou a ser aceite, contrariando a leitura literal de uma tragédia distante. Cabe ao observador, perante estes trabalhos, imaginar e criar novas narrativas acerca de para que serviam estes bocados “pedras” ou representações destas, que alguém fez noutros tempos, e com que finalidade. Como olhamos para elas? Que sentido têm passados milhares de anos? Claramente uma questão deixado por Sofia Leitão. Lourenço Egreja Lisboa, Setembro de 2017 Sofia Leitão (n. 1977 em Paredes, PT) vive e trabalha no Porto. É representada pela Galeria Carolina Pagès desde 2007. A exposição Spolia é a quarta exposição individual na galeria. Sofia Leitão licenciou-se em escultura em 2005 na Faculdade de Belas Artes do Porto em 2005 (FBAUP) e em Desenho na Escola Superior Artística do Porto (ESAP) em 2000. O seu trabalho pode ser encontrado nas seguintes coleções: Manuel de Brito e Fundação PLMJ em Lisboa, Figueiredo Ribeiro em Abrantes, MG no Alvito, Fundação Ilídio Pinho no Porto, bem como em coleções privadas em Portugal Espanha, Austria e Estados Unidas da América. Em Outubro de 2017 o seu trabalho irái ser apresentado na exposição Beyond the Mirror no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Recentemente participou também no Festival Desemcaminharte-Arte Pública no Alto Minho (2017), na exposição Portugal, Portugueses, Museu Afro-Brazil, São Paulo, Brazil (2016); na exposição Da Cartografia do Poder aos Itinerarios do Saber, Museu Afro-Brazil, São Paulo, Brazil (2014); na exposição Casa Ocupada, Casa da Cerca-Centro de Arte Contemporânea, Almada, Portugal; na exposição Negras Paixões (com participação de Helena Almeida, Vasco Araujo, Rui Chafes, Alice Geirinhas, Albuquerque Mendes), no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Portugal (2011); na exposição Amália, Coração Independente, Museu Berardo, Lisboa e no Pavilhão Português, Hangart7, Salzburgo, Austria em 2009.

 

 

Entrada actualizada el el 24 oct de 2017

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