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Nuno da Luz apresenta a sua primeira exposição individual na Vera Cortês - Agencia de Arte. O nosso silêncio é um aviso / O nosso silêncio é sólido é a frase que dá título ao conjunto de obras apresentadas e que as enquadra num projecto de carácter antropológico: o da compreensão auditiva do mundo, em toda a sua complexidade.
Na criação de relações entre sons e lugares é efectuado um trabalho a partir de referências sonoras, visuais e sensoriais que culminam numa espécie de tensão dialéctica entre a imaterialidade do som e a sua metamorfose em acontecimento espacial. Nuno da Luz recorre cuidadosamente a aparatos tecnológicos de captação/reprodução sonora e ao seu potencial expressivo,
... para estabelecer fissuras na distinção entre espaço interior e exterior, entre experiência do espaço expositivo e experiência quotidiana.
Qualquer registo sonoro implica um processo de transferência da experiência original para o registo dessa mesma experiência. Entre a dimensão efémera da experiência vivida e a relativa perenidade da gravação existe uma distância.
O desenvolvimento tecnológico parece mover-se no sentido de uma diminuição progressiva dessa mesma distância. Inversamente, o trabalho de Nuno da Luz recusa uma visão fascinada das potencialidades tecnológicas e procura zonas de falência nos dispositivos que utiliza. Gravar permite apreender/reproduzir/editar/ manipular a evanescência da experiência vivida, numa tentativa de controlo, de conquista daquilo que nos escapa.
A proposta de Nuno da Luz é outra: é a de que possamos abraçar a imponderabilidade, a de que usemos a improvisação como estratégia. Suspender o controlo, harmonizar contingências é conhecer a natureza das coisas. O nosso silêncio é um aviso / O nosso silêncio é sólido constitui-se a partir de um elogio à dimensão poética de todos os factores destabilizadores, sejam eles catástrofes ou pequenos acasos.
Sílvia Prudêncio
Nuno da Luz (Lisboa, 1984) Vive e trabalha em Berlim, Alemanha. Recentemente lançou o livro Zetetics: a Taxilogy of Pictorial Knowledge (ATLAS Projectos, Lisboa, 2011) e foi um dos seleccionado para o Prémio EDP Novos Artistas 2011. Em 2009, co-organizou o ciclo de exposições e eventos estados-gerais. Entre outras, participou nas colectivas Como proteger- -se do tigre:, XVI Bienal de Cerveira, V.N. Cerveira, e The Office, Kaiserpassage, Frankfurt a.M., ambas em 2011; in Sardegna tutto è tondo, Vera Cortês Art Agency, Lisboa, 2010; O Sol morre cedo, Pavilhão Branco, Lisboa, 2009; JENSEITS, enblanco, Berlim, 2009; História do Futuro, Arte Contempo, Lisboa, 2009; Eurásia, Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa, 2008; e Antes que a Produção Cesse, Espaço Avenida, Lisboa, 2007. Desde 2007, é co-editor da ATLAS Projectos juntamente com André Romão e Gonçalo Sena, www.atlasprojectos.net.
Entrada actualizada el el 26 may de 2016
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