-------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------

Locus Solus: Impressões de Raymond Roussel é a primeira grande exposição a abordar os efeitos, na arte do século XX, da obra do escritor francês Raymond Roussel (1877-1933), autor de textos poéticos, novelísticos e teatrais sem precedentes na história da literatura. Locus Solus, a obra que dá título à exposição, é um dos seus trabalhos mais emblemáticos. Roussel ficou conhecido pela singularidade e exuberância das suas narrativas e pela metodologia complexa que desenvolveu ao longo da sua carreira.

A exposição, uma co-produção do Museu Reina Sofia, de Madrid (onde esteve patente até 27 de Fevereiro) e do Museu de Serralves, analisa a influência que Raymond Roussel teve na arte moderna e contemporânea, e apresenta aproximadamente 300 peças, de cerca de 30 artistas diferentes, numa grande variedade de formatos (pintura, fotografia, escultura, instalação, vídeo, livros, revistas, manuscritos originais, etc...). A influência de Roussel foi reconhecida pelos surrealistas e por outros criadores ligados ao movimento avant-garde (incluindo Marcel Duchamp, que foi ao ponto de descrever Roussel como 'aquele que indica o caminho') e desde essa altura cresceu continuamente, até se criar um autêntico mito em volta deste artista que, ainda assim, permanece em grande medida desconhecido do grande público.

A exposição Locus Solus, Impressões de Raymond Roussel demonstra como o trabalho de Roussel, complexo e ambicioso, e com uma estranha mistura de rigor conceptual e de delírio linguístico, foi uma fonte de inspiração para artistas das artes visuais como Salvador Dalí, Francis Picabia, Allen Ruppersberg, Rodney Graham, entre outros. E também para autores de outras áreas disciplinares, como a filosofia, a literatura, a música e até a pesquisa etnográfica. O trabalho de Raymond Roussel pode desta forma ser usado como ponto de partida para uma leitura oblíqua e transversal da arte do século XX.