A gruta é um projecto desenvolvido por Hugo Canoilas com a Galeria Quadrado Azul. Utilizando parte do piso inferior da galeria de Lisboa, A gruta assume-se como uma obra colectiva e uma plataforma experimental que pretende criar comunidade entre um conjunto de artistas, a galeria e o seu público.
Este projecto será desenvolvido por um conjunto heteróclito de autores de diferentes gerações, proveniências geográficas e afiliações artísticas, sociais e políticas, configurando-se como um espaço de convergência da diferença. As contribuições para esta obra oscilam entre intervenções no espaço da gruta, que se vão sobrepondo, e um conjunto de intervenções efémeras que pretendem ampliar as problemáticas evocadas neste projecto.
As paredes d’A gruta carregam um conjunto de forças latentes, para aqueles que ali actuam. Evocam a impressão tóxica sobre o planeta, que não a consegue transformar em natureza. Ao mesmo tempo, remetem para as primeiras impressões humanas sobre o espaço habitado....As pinturas rupestres resultaram de uma nova consciência, que está para além da racional, e que permitiu exteriorizar formas plásticas ritualistas que ainda hoje oferecem resistência a uma determinada leitura e domínio. As primeiras pinturas mostram formas de empatia entre o animal e humano e revelam uma relação não hierárquica entre humanos, animais e plantas, assim como com a montanha, a chuva e outros elementos. O movimento anacrónico que evoca o tempo das pinturas rupestres é um terreno fértil para pensar os aspectos mais prementes do presente, como as novas formas de subjetividade na Quarta Revolução Industrial, a paridade de género e ecologia.
Entrada actualizada el el 28 feb de 2019
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