De Claudia Andujar, a Vermelho exibe pela primeira vez em São Paulo, o conjunto completo do ensaio A Sônia, de 1971. O ensaio de 18 imagens reúne alguns dos traços marcantes da obra de Andujar, como a sobreposição de imagens, a refotografia e o uso de filtros. Embora não se localize no campo da militância como sua produção mais celebre realizada com os povos Yanomami, há em A Sônia, um desassossego social, um olhar para o outro.
A Sônia é uma oportunidade para conhecer uma produção menos vista de Andujar pelo público. Em A Sônia, sua experimentação com a rearticulação de suas imagens fica evidente, já que as fotos, feitas em sua casa, com um simples fundo infinito branco, se tornam um caleidoscópio de cores, texturas e sobreposições.
Sônia era uma jovem que veio para São Paulo com o desejo de trabalhar como modelo, mas foi recusada por todos os estúdios que...procurou. A “inabilidade” de Sônia é o próprio provocador do ensaio. Segundo Andujar, “Sônia não sabia posar. Porém, era justamente disso que provinha seu encanto inocente. Os gestos e atitudes não profissionais revelaram uma sensualidade mansa, tranquila. Ela não parecia estar diante da câmera fotográfica, mas fora do mundo”.
A Sônia foi exibida em 1971 no MASP, como uma instalação audiovisual, onde as imagens eram projetadas sobre faixas de plástico e acompanhadas pela música I had a dream, de John B. Sebastian.
Entrada actualizada el el 23 jun de 2022
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