Esta exposição é uma apresentação muito extensa e representativa do trabalho de desenho que José Loureiro (Mangualde, 1961) realizou entre 1990 e 1996. Quase todos os desenhos ficaram arredados do olhar do público, guardados nas gavetas do atelier do artista. E no entanto, estamos diante de um corpo de trabalho fundamental na sua prática artística desses anos, e determinante, além do mais, para se poder (finalmente) compreender a pesquisa que o levou do campo da figuração para o campo da abstracção, onde o seu trabalho se tem inscrito desde meados da década de 1990.
Mais do que a quantidade de desenhos produzidos por José Loureiro ao longo deste período (a exposição contempla uma cuidadosa selecção de cerca de 300 desenhos), é impressionante a diversidade de motivos, de tipos de composição, de técnicas, de maneiras de desenhar e de estilos que
... o artista explorou e desenvolveu ao longo de um período de tempo relativamente curto. E mais do que a descontinuidade entre a figuração e a abstracção, que se torna flagrante em determinado momento da exposição, surpreendem as sucessivas descontinuidades que atravessam a sua produção de desenho no período considerado, o qual pode ser abreviadamente subdividido em três fases principais: a dos desenhos figurativos a guache de 1990; a dos desenhos simétricos a grafite (com recurso pontual ao crayon conté e ao guache) de 1992, a que se juntam outros desenhos feitos igualmente em folhas de 70 por 100 centímetros; e a dos desenhos a grafite, guache ou caneta de feltro, realizados entre 1994 e 1996, que exploram a grelha como dispositivo de composição na construção de padrões de quadrados ou bolas.
Como o artista diz na entrevista publicada no catálogo da exposição (e acessível, numa versão reduzida, no jornal da exposição): 'Repisar as coisas é essencial para mim. Repisar é quase um sinónimo de desenhar. Repisando as coisas, conseguimos percebê-las melhor. Lemos e relemos, lemos e relemos, lemos e relemos, e com alguma sorte lá começamos a entender alguma coisa do que se está a passar.' E um pouco mais à frente: 'Nas sucessivas séries de desenhos tentava pegar numa determinada coisa e, de certa maneira, exauri-la, trabalhando obstinadamente, compulsivamente, sobre ela. [...] Acontece que, inesperadamente, num momento qualquer, [os assuntos] nos parecem esgotados. E eu também estou esgotado e não quero mais continuar com aquilo. Passo a outra coisa e lá continuo a repisar com renovada energia.'
A exposição está organizada segundo um clarificador critério cronológico.
Entrada actualizada el el 26 may de 2016
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