Villarosa desenvolve uma pesquisa em torno da pintura de paisagem, empregando materiais tradicionais do fazer pictórico, pincéis, tintas e mediums, mesclando-os com materiais de bordado, tapeçarias e têxteis. É interessante notar o quanto tais procedimentos e técnicas atualizam e tensionam o pensamento em torno de uma categoria aparentemente ultrapassada como a pintura de Paisagem.
A utilização pela artista de meios artesanais culturalmente vinculados a um fazer feminino ganha aqui contornos políticos e questionadores.
A obra de Laura rejeita o lugar do artesanal como mero artefato decorativo e feminino. Em seu trabalho, a artista propõe um jogo em que em uma primeira mirada não entendemos exatamente o que estamos vendo.
São bordados que mimetizam pinceladas e passagens de cores; são tricôs que geram imagens condensadas de paisagens. Tudo vibra, tudo está em constante movimento. O simples ato de contemplação é transformado em vivência reflexiva e transformadora.
Em tempos pandêmicos, nos foi ceifado o direito mais...simples, o de estar diante da natureza e contemplar uma paisagem. Em seus procedimentos técnicos e formais, Villarosa nos conecta e mostra a possibilidade de questionarmos os problemas relativos à passagem do tempo, à memória e às transformações geradas pelas mudanças climáticas.
Entrada actualizada el el 05 oct de 2021
¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?