Exposición en Lisboa, Portugal

Dentro

Dónde:
Galeria Vera Cortês / Rua Joao Saraiva, 16 - 1 / Lisboa, Portugal
Cuándo:
12 may de 2022 - 02 jul de 2022
Inauguración:
12 may de 2022 / 18 a 21 h.
Organizada por:
Artistas participantes:
Enlaces oficiales:
Web 
Descripción de la Exposición
Dentro (da cabeça) com as mãos de fora Sérgio Mah O percurso de qualquer artista pode ser percebido como um feixe de movimentos. Avanços lentos, prolongados, súbitos, instantes de aparente imobilidade, desvios, torções e recuos. Este conjunto de obras de Susanne S. D. Themlitz parece ser motivado pela aspiração de um recentramento, para dentro, como sugere o título, ou de um movimento subtil, mas afirmativo, que visa um dos eixos mais essenciais da sua prática artística: o desenho. Tudo o que aqui se ensaia é engendrado a partir das condições de procedimentos do desenho, como conceito e experiência das formas. Esta mostra engloba objectos, materiais e meios habituais no universo criativo da artista, mas tomemos como ponto de partida os desenhos verticais de maior dimensão, que assumem notoriamente um papel programático nesta arquitectura conceptual e expositiva. São desenhos que seguem princípios similares: sobre um fundo branco, irregular, diáfano (deixando entrever a trama da ... tela) e matérico, como uma camada-pele que foi acrescentada sobre uma superfície, a artista inscreve linhas a negro e manchas pictóricas, derrames e fluxos de cor sem estarem submetidos à expectativa de reconhecimento figural. Porém, no centro de cada desenho constatamos um corpo, uma construção (que inevitavelmente ligamos a outras construções que aparecem em obras anteriores da artista). É o único elemento nestes desenhos que eventualmente remete para algo que conhecemos do nosso mundo. Gruta, refúgio, abrigo, laboratório, casa de artista. É uma estrutura física constituída por uma massa em permanente transmutação, fonte de eflúvios e reconfigurações. Alegoria de um lugar primordial ou simplesmente a metáfora do locus onde se realiza e projecta uma imaginação imensamente livre e generativa, refractária da consciência, da racionalidade e da lucidez. No trabalho de Susanne S. D. Themlitz, o desenho é uma prática intimamente ligada ao desenvolvimento de mecanismos idiossincráticos entre o pensamento e a imaginação, por conseguinte, um meio que lhe permite explorar e alimentar processos de estranhamento. Cada desenho assume o corte com o exterior. Não existe fora-de-campo. Tudo está dentro, neste mundo interior, com a sua singular meteorologia e com a capacidade única de gerar forças, energias e vibrações que a distinguem enquanto realidade peculiar. A artista relembra-nos que uma obra de arte, bem como uma exposição, antes de serem segmentos do mundo, propõem-se como um mundo em si mesmo, engendram uma totalidade. Susanne S. D. Themlitz reforça essa convicção pintando as paredes da galeria com a mesma cor do chão, um cinzento manchado e com limites irregulares, como uma moldura díspar, indisciplinada e porosa. Estes desenhos pendem para a redução e para a subtração. Cada campo visual dispõe uma geografia de inscrições pictóricas. Dentro do plano, as coisas parecem estar soltas, isoladas e separadas, como se estivessem a decorrer vários microacontecimentos sem ligação entre si, ocorrências breves e declaradamente plásticas. Entre a totalidade e as suas regiões, estamos perante clusters de desenhos. Nesta exposição teremos, pois, que começar pelos detalhes, pelos fragmentos, por aquilo que decorre de uma prática que articula o exercício da corporalidade e as projecções mentais. O que ocorre na cabeça e o que se faz com as mãos, definem o espectro de possibilidades diante de obras que se fundam na fluidez da espontaneidade, na disponibilidade lúdica e na intuição. Nesse sentido, o que vemos são de algum modo “documentos” de uma performatividade radical e livre, sem contornos, imunes aos constrangimentos disciplinares, desafiando a reflexividade e a proficiência técnica. É um outro saber-fazer que aqui se congemina. O óptico é preterido pelo háptico, de modo a privilegiar a visão corporalizada. Todas as formas que aqui encontramos têm origem nas mãos, foram manipuladas e modeladas pelas mãos (e pelos utensílios a que elas recorrem). Mãos com dedos, que agarram, furam, empurram, amassam. O resultado é a produção de formas parciais, complexas, tortuosas, misteriosas, físicas, frágeis, voláteis. Quando dizemos que estas obras evitam ser representações, no sentido em que não se referem às formas das coisas que conhecemos, não queremos com isto dizer que perante estas obras não é expectável que ocorra a experiência da representação. Ora, sabemos que a prática do desenho está obviamente ligada à nossa persistente compulsão de representar, de estabelecer continuidades, nexos, perceptibilidades com o mundo que nos habituamos a ver. Nestes desenhos e esculturas observamos vestígios informes, coisas transformando-se noutras, matérias suspensas no decurso de processos metamórficos. Projectam-se formas potenciais. A linha vertical prefigura um corpo ou uma árvore, aviva o sentido da gravidade, da queda. A linha horizontal projecta o encontro com uma paisagem, a divisão entre a terra/mar e o céu, a esquerda e a direita, o perto e o longe. Nos movimentos laterais, verticais e circulares do carvão e da tinta acrílica intuímos deslocações de terra, cursos de água, a força do vento e a suavidade das nuvens. A paisagem, como lugar e modo de imaginar, é evocada em algumas destas obras. Somos assim confrontados com o desvelamento de formas remissivas, formas que insinuam possibilidades futuras. Insinuações dirigidas aos nossos sentidos e à nossa capacidade de ficcionar. O que ver com o que estamos a ver? Susanne S. D. Themlitz (Lisboa, 1968) vive e trabalha em Colónia e Lisboa. Estudos de Artes Visuais entre 1987 e 1995 no Ar.Co. (Lisboa), Royal College of Art (Londres) e na Academia de Arte de Düsseldorf. Uma selecção das suas exposições individuais inclui: TRANSFORMATÓRIO. Themlitz & Companhia, Arquipélgao Centro de artes contemporâneas (São Miguel – Açores, 2022); Galeria Vera Cortês (Lisboa, 2022); Um berlinde no chão, quase no meio da sala, Casa da Cerca (Almada, 2021/22); Momento Monumento, Porta 14 (Lisboa, 2021); Longe. Desvelado. Ao vento. Sismógrafo (Porto, 2020); The Still Life of Landscape, Matjö Raum für Kunst (Colónia, 2019); El silencio cerca de la línea, Galeria Ángeles Baños (Badajoz, 2019); Três linhas, um canto vezes quatro. E uma paisagem., Galeria Vera Cortês (Lisboa, 2018); Respiração. Pausa – Entre dois pontos, Galeria Vera Cortês (Lisboa, 2016); Le loir est rendormi, Galeria Houg (Paris, 2015). O trabalho de Themlitz tem sido incluído em exposições coletivas tais como: Galeria Alex Serra (Colónia, 2022); Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2021, 2016, 2012, 2004); Culturgest (Lisboa, 2021, 2013, 2003, 2000); Museu Apard Szenes - Vieira da Silva (Lisboa, 2021, 2019, 2013, 2002); CAAB (Beja, 2021); Museu MEIAC (Badajoz, 2021, 2003); Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (Chaves, 2020); Galeria Frank Schlag (Essen, 2020); Kunsthalle (Düsseldorf, 2019); Kulturbahnhof (Eller, 2019); Casa da Cerca (Almada, 2019); Fundação Eugénio de Almeida (Évora, 2019); The Kreeger Museum (Washington, 2018); Carreau du Temple (Paris, 2018); Museu do Oriente (Lisboa, 2017); Galerina Steiner (Berlim, 2016); Rompone Kunstsalon (Colónia, 2016); Arquipélago (S. Miguel/Açores, 2015); Museu de Arte (Huelva, 2015); MACE (Elvas, 2014); Galeria Martina Kaiser (Colónia, 2013); Fundação Hans-Peter-Zimmer (Düsseldorf, 2012); Centro Cultural de Belém (Lisboa, 2010, 2009, 2007); Museu Pátio Herreriano (Valladolid, 2008); MACUF (La Coruña, 2008). O seu trabalho está representado em várias colecções institucionais, tais como: CACE, Caixa Geral de Depósitos/Culturgest, Câmara Municipal de Lisboa, Coleção António Cachola, Coleção Figueiredo Ribeiro, Coleção Norlinda & José Lima, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Carmona e Costa, Fundação Centenera, Fundação EDP, Fundação FLAD, Fundação PLMJ, Fundação Serralves, MEIAC Badajoz, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Museu Bordallo Pinheiro, Museu MAS Santander e PAAM Miami.

 

 

Entrada actualizada el el 29 jun de 2022

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