Desafiados pelos curadores Sara & André, Ana Manso e João Marçal transportaram a sua vivência doméstica e percurso artístico individual para um espaço comum, de partilha, numa incursão criativa, inédita e colaborativa. Esta é mais uma proposta no âmbito do programa de exposições “Outros (novos) Portos”.
House of Tigre
Sara & André que se assume como dupla ou “artista com quatro mãos” tem vindo a desenvolver o seu trabalho em torno do ecossistema artístico português. Em 2017, os artistas comissariaram três exposições que resultaram na publicação “Uma breve história da Curadoria”, com 90 entrevistas a curadores; em 2020 realizaram o “Inquérito a 263 Artistas”, trabalho publicado em parceria com a Revista Contemporânea e, agora em 2022, recém inauguram uma mostra em que se focam e desenvolvem o seu trabalho a partir de um recorte do universo dos colecionadores particulares de Portugal.
Convidados a propor uma curadoria para o programa de exposições, “Outros (novos)...Portos”, desta vez num exercício mais intimista, Sara & André resolveram desafiar um casal de artistas, Ana Manso e João Marçal, a proporem uma exposição feita de forma cúmplice e/ou colaborativa ao que os artistas responderam propondo apresentar a partir de algumas obras da autoria de ambos retiradas do contexto doméstico e outras a serem criadas exclusivamente para a mostra. Diferente deles, Ana e João, vêm desenvolvendo trabalhos individualmente. E nesta diferença é que também habita o interesse deste exercício curatorial, empenhado numa comparação, não competitiva, na tentativa de traçar relações de um processo de partilha por um casal.
Ana Manso está a finalizar uma residência artística em Nova York, no International Studio & Curatorial Program (ISCP), por onde já passaram alguns artistas portugueses, e a sua obra “está profundamente enraizada no meio da pintura, tornando a tela ou a superfície bruta da parede um lugar de encontro entre o mundo real e o imaginário”. Entre os lugares onde já expôs individualmente e coletivamente destacamos: Centro de Arte Oliva (São João da Madeira); Kunsthalle Freeport (Porto); Galeria do Paço, Universidade do Minho (Braga); Casa-Museu Guerra Junqueiro (Porto); Matadero Madrid (Madrid); Museu de Serralves (Porto); FUTURA Centre for Contemporary Art (Praga); Mudam Luxembourg (Luxemburgo).
João Marçal esteve em residência artística também em Nova York (2017), na RESIDENCY UNLIMITED. Atualmente está a fazer doutoramento em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Em 2020 desenvolveu um projeto musical no âmbito do programa de apoio Criatório, promovido pela Câmara Municipal do Porto. Para além ter exibido o seu trabalho, individualmente e coletivamente, em vários espaços da cidade do Porto como: PêSSEGOpráSEMANA, Salão Olímpico, Espaço Campanhã, Sismógrafo, Uma Certa Falta de Coerência, Maus Hábitos, In Transit, entre outros; esteve também ligado durante vários anos, à livraria independente Inc. Livros e Edições de Autor, dedicada a edições e livros de artista.
Ao longo do período da preparação da exposição, que durou cerca de nove meses, Sara & André trocaram emails com os artistas, fazendo-lhes perguntas que geraram uma entrevista relativamente extensa que será disponibilizada na exposição. E, segundo os curadores, que também contribuíram para que a Ana e o João fossem definindo a sua abordagem relativamente ao desafio proposto.
Ao público, fica o convite para visitar a exposição, patente a partir de 12 de maio, quinta-feira, às 18 horas, na sala de exposições do quarto andar que tem vindo a ecoar uma programação híbrida, não lhe escapando a forte presença de um programa de criação e programação artísticas.
Entrada actualizada el el 20 abr de 2022
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