O I Circuito DOBRA de arte contemporânea nasce de um desejo de acontecer enquanto coletividade que ultrapassa a geografia da cidade ao mobilizar agentes culturais de muitas regiões do país. Ativar um circuito de mutua afetação é força operante nesse projeto que movimenta anseios e interesses múltiplos, porem comuns quanto a intersecção que faz com o campo da arte contemporânea. Acionar um circuito é gerar uma energia afeita também a transbordamentos. É instaurar um campo de produção coletiva enquanto aliança de potências críticas e inventivas. Trocas com artistas de outras regiões do país, acompanhamento poético dos trabalhos individuais e conversas com a curadoria são pontos de vibração nesse rizoma. Impossível não mencionar que a maior parte dos artistas aqui reunidos fazem ou fizeram parte das diversas atividades e encontros do DOBRA, um grupo de pesquisa e experimentação em arte vinculado à Universidade Estadual de Maringá. Ser artista e pesquisador...marca a trajetória de todos e ressoa na maturidade da produção artística de cada um aqui presente. Muito mais do que uma exposição de arte, o I Circuito DOBRA de arte contemporânea é uma coalisão de potencias criativas que anseia seguir se desdobrando em outros modos de exibir, pensar e produzir arte.
O I Circuito DOBRA envolveu uma exposição que contou com 11 artistas diretamente vinculados ao grupo de pesquisa, mais dois artistas convidados pela curadora, os mesmo residentes na cidade de Porto Alegre. Abordando temáticas variadas e se valendo de linguagens múltiplas, tivemos 15 trabalhos expostos, todos com um potencial de deslocar nosso pensamento e instaurar novos planos de sensibilidade. Foi na intenção de ampliar a potência dos trabalhos que os artistas realizaram, por 2 meses, um acompanhamento artístico com a também artista Mila Jung. Foram encontros semanais concebidos de modo grupal e individual. Nesse processo, as obras passaram por grandes transformações que culminaram em trabalhos mais maduros e marcados por um salto expositivo fundamental para a qualidade dos mesmos. Com esse conjunto de obras já definido, a curadora Paula Luersen entra em cena para amarrar esse circuito de potências em eixos de provocação e reflexão comuns. É a partir do olhar sensível e cuidadoso da curadoria que a expografia, assinada por Luersen e Amanda Fahur finalizam a coreografia espacial da exposição. Já montada e aberta ao público, o circuito seguiu se movimento por meio do projeto educativo coordenado por Maddox Cleber, Adriana Prates e Alanis Ozokuno. O mesmo ativou a exposição via ações educativas diversas, das quais cito a formação de mediadores voltada para estagiários do curso de artes visuais da UEM, que acolheram mais de 1300 visitantes durante toda a exposição. São muitos os ecos desse circuito que mobilizou variadas frentes de ação e segue reverberando um desejo coletivo de continuar acontecendo.
Entrada actualizada el el 19 jul de 2023
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