Uma exposição é um espaço-tempo de diálogo e o que permanece, não é apenas o que está patente, mas a ressonância do que está obscuro.

O meu arquivo pessoal é o meu material de trabalho, onde encontro um meio de resistência ao consumo apático das imagens.

A proposta dirige-se para a criação de uma intervenção onde jogo entre a visão e a ocultação, como modo de ignorar alguma coisa para melhor a conhecer.

Ignorar, como possibilidade em aberto para acrescentar algo, invadido pela estranheza, pelo inominável, e como escreve Giorgio Agamben, 'a arte de viver é, neste sentido, a capacidade de nos mantermos numa relação harmoniosa com a aquilo que nos escapa'.