Descripción de la Exposición ------------------------------------------------------- ------------------------------------------------------- No dia 15 de maio, a partir da 18hs, a FUNDAJ inaugura na Galeria Vicente do Rego Monteiro a exposição Marcados, da artista Claudia Andujar, com curadoria de Moacir dos Anjos. No mesmo dia, às 19hs na Sala Aloisio Magalhães, vocês terão a chance inédita de ouvir a artista na primeira Palestra do ano dentro da programação do projeto Política da Arte. O projeto é desenvolvido pela Coordenação de Artes Visuais da Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco desde 2009 e compreende a realização de mostras e ações reflexivas, articulando dimensões distintas, mas igualmente importantes, das atividades da Fundação Joaquim Nabuco. Tal projeto tem como pressuposto a noção de que mais do que dar visibilidade a imagens, textos e ideias criados em outras partes, a arte é capaz de, a partir dela mesma, desafiar os consensos e acordos que organizam e apaziguam a vida. A série 'Marcados', de Claudia Andujar, foi mostrada pela primeira vez na 27ª Bienal de São Paulo, 'Como Viver Juntos', em 2006, sendo depois apresentada na Galeria Vermelho em 2009 e no Centro de Cultura Judaica em 2011, ambos em São Paulo. Além disso, foi publicada como livro pela editora Cosac Naify. Originalmente a série é formada por 85 obras, das quais serão mostradas 65. A mostra oferece ainda ao público, além das obras/fotografias, documentos que contextualizam a realização das fotografias dos 'Marcados', como o 'Relatório Yanomami 82', de 1982, produzido pela Comissão pela Criação do Parque Yanomami - CCPY, presidida por Claudia Andujar por muitos anos, reproduções de fichas médicas dos Yanomami feitas nesse período, mapa com a localização das aldeias onde então viviam os índios fotografados e um vasto material de pesquisa sobre o tema, disponível para consulta. Ao longo da exposição serão realizadas outras 4 palestras ligadas ao tema, das quais uma com o antropólogo Renato Athias e outra com a pesquisadora Stella Senra. Entre 1971 e 1977, Claudia Andujar (Neuchâtel, Suíça, 1931) passou temporadas extensas na Terra Indígena Yanomami, em particular na bacia do rio Catrimani, afluente do Rio Branco, parte do território que na divisão geopolítica do Brasil se conhece por Roraima e Amazonas. Fez inúmeras fotografias dos habitantes daquele lugar, então pouco aproximados dos 'brancos'. As fotografias da artista desse período capturam, em simultâneo, a potência vital e a vulnerabilidade de povos indígenas. A primeira vista o modo escolhido para individuar os Yanomami nas fotografias da série 'Marcados', realizadas entre 1981 e 1984, parece invasivo. Evoca, ademais, usos semelhantes de números e outros símbolos para identificar e perseguir povos ao longo da história recente do mundo. Associação ainda mais perturbadora quando se detém a informação de que grande parte da família de Claudia Andujar foi morta em campos nazistas de extermínio. É esse desconforto que se inscreve nos olhos de quem vê as imagens dos índios marcados. Mas saber o que motivou a feitura das fotografias - informação sempre concedida quando elas são exibidas ou publicadas - abre uma fissura naquele entendimento inicial. O que poderia ser gesto de violência simbólica ou registro de ato discricionário contra populações indígenas no Brasil, revela-se estratégia de luta pela sobrevivência de povos ameaçados. Diferente dos demais casos onde tais povos eram marcados para morrer, o s Yanomami mostrados aqui foram marcados para viver. E é essa ambiguidade contida já desde a produção das imagens que as justificam como parte fundamental da obra de Claudia Andujar, afirmando a fotografia como instrumento de questionar quem as olha acerca dos tempos e lugares ali condensados.
Galeria Vicente do Rego Monteiro.
Exposición. 09 oct de 2024 - 10 mar de 2025 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España
Formación. 15 oct de 2024 - 30 jun de 2024 / Museo Nacional Thyssen-Bornemisza / Madrid, España