Como os lugares ganham seus nomes?
O que significa perpetuar um personagem, associando seu nome a um espaço público?
Que histórias e silêncios tais gestos revelam?
Essas são algumas das perguntas que guiam o trabalho da artista suíço-haitiana Sasha Huber há mais de uma década. As questões são também o fio condutor da exposição «Nome Próprio» que abre no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica dia 1 de junho de 2019 (sábado), com curadoria de Sabrina Moura.
O interesse da artista pelas políticas da memória se iniciou em 2007, quando passou a integrar o comitê internacional Desmontando Louis Agassiz, a convite de Hans Fässler. Agassiz (1807-1873) foi um cientista suíço, autor de teorias que pautaram a segregação racial na segunda metade do século 19. Embora duramente contestada, sua trajetória científica segue perpetuando o nome de Agassiz em diversos espaços públicos e formações geográficas ao redor do mundo. Entre esses espaços, está o Monte Agassiz...(Agassizhorn), nos Alpes suíços, a Praça Agassiz, na região do Méier (Rio de Janeiro), e as Furnas de Agassiz, na região de Itanhangá. A ligação de Agassiz com o Brasil possui uma longa história. Já nos anos 1860, ele percorreu o Rio de Janeiro e a Amazônia com a Expedição Thayer, fotografando homens e mulheres sob uma perspectiva evolucionista.
Até o presente, as ações de Sasha Huber constituem um vasto corpo de performances, vídeos, fotografias, livros e instalações dedicadas ao questionamento da neutralidade científica no campo das teorias raciais. O conjunto dessas intervenções é o fio condutor da mostra «Nome Próprio», cujo mote é discutir as políticas de rememoração e esquecimento que assombram o século 21.
A exposição é acompanhada por uma série de programas públicos idealizados por Lorena Vicini. Sob a forma de debates, laboratórios, visitas guiadas e workshops, as atividades expandem os entendimentos sobre história e memória a partir da obra de Sasha Huber, bem como discutem como as camadas narrativas podem ser visibilizadas e questionadas pela arte.
A exposição «Nome Próprio» é apoiada pela Fundação Pro Helvetia no contexto do programa «COINCIDÊNCIA – Intercâmbios Culturais entre Suíça e América do Sul», em parceria com Frame Contemporary Art Finland e Capacete. Os programas públicos têm o apoio do Goethe-Institut Rio de Janeiro.
Videos de la Exposición
Artist Sasha Huber talks about her work in Rio
Imágenes de la Exposición
Rentyhorn, Sasha Huber
Entrada actualizada el el 25 jul de 2019
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