O PROJETO EXPOSITIVO, CRIADO A PARTIR DE UMA TRAVESSIA DOS PIRINÉUS A PÉ PELO ARTISTA PEDRO VAZ, ESTENDE-SE POR 3 PISOS DAS CARPINTARIAS DE SÃO LÁZARO, APRESENTANDO PINTURA, VÍDEO, MÚSICA, UM ACERVO DOCUMENTAL E UMA CAMINHADA GUIADA PELO ARTISTA.
Durante o biénio de 2019/20, o artista Pedro Vaz (Maputo, 1977) realizou a travessia pedestre inscrita na Grande Rota Transpirenaica, GR11, realizada em Espanha desde o mar Cantábrico (Cabo de Higuer), até ao mar Mediterrâneo (Cabo de Creus), numa imersão total na natureza, como motivo para um trabalho de criação artística a que chamou “Num único acorde”.
Esse trabalho investiga a relação íntima e persistente com a natureza. Uma investigação sobre paisagem contemporânea, mais especificamente, a respeito da relação homem-natureza, e neste caso, o da circulação humana à superfície do planeta. Resultado de um profundo envolvimento com o espaço das Carpintarias de São Lázaro, em contexto de residência, Pedro Vaz apresenta um projeto...multidisciplinar que acrescenta áreas de criação complementares, em linha com as opções de programação das Carpintarias, onde a mediação cultural e a formação de públicos são alguns dos seus principais objetivos.
A exposição “Num Único Acorde”, a inaugurar no próximo dia 1 de Fevereiro nas Carpintarias de São Lázaro, apresenta um grupo de trabalhos do artista que irá preencher os vários pisos do Centro Cultural, e conta com um programa de atividades paralelas que combinará um concerto, uma conversa e visitas guiadas.
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Pedro Vaz (Maputo 1977), na maioria dos projetos, utiliza a viagem como ponto de partida, devido à necessidade de contato direto com a natureza. Por isso, não é novo o seu impulso de partir para caminhadas de imersão na natureza, onde recolhe experiências sensíveis que depois transforma em imagem pela pintura e video numa impressão quase realista, mas impregnada por uma leve turbulência, um movimento constante, que resulta do próprio movimento do corpo, mas que também nos lembra a inevitável mutação das coisas, do mundo.
A sua preocupação em registar a natureza para uma posteridade eventualmente em falta dela, leva o artista a recolher de forma metódica e sistemática todos os vestígios possíveis dessa experiência envolvente que quer preservar a todo o custo e que partilha através do seu olhar.
Essa recolha e transformação dá origem a mais de 10 pinturas de grande formato (3m X 1.3m) que se encontram espalhadas pelo piso maior das Carpintarias, tirando partido da sua escala e pé direito excecionais, para criar uma sensação de imersão total.
Na mezzanine, que funciona aqui como autêntico miradouro, do qual se podem contemplar as grandes pinturas da exposição, estão dispostos em linha, numa enorme mesa de 12 metros, 45 mapas correspondendo cada um a um dia de caminhada. Neles, é possível reconstruir o percurso e locais exatos de pernoita. A sua composição respeita também a linha que o próprio corpo desenhou no terreno.
O piso 0, o mais intimista das Carpintarias, acolhe uma instalação vídeo composta por dois ecrãs que apresentam momentos de cada um dos 45 dias da caminhada e panoramas estáticos em contínuo que nos transportam para uma composição visual de elementos do mesmo tempo em diferentes compassos que, no conjunto, nos permitem leituras complementares.
Da mesma forma, sobreposta, cada vídeo tem uma composição sonora, de autoria do compositor Hugo Vasco Reis e interpretado pelos Drumming, ouvindo-se o conjunto por toda a exposição.
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The Exhibition project, created from a crossing of the Pyrenees on foot by artist Pedro Vaz, extends over the 3 floors of Carpintarias de São Lázaro, presenting paintings, video, music, a documentary collection and a walk guided by the artist.
During the 2019/20 biennium, the artist Pedro Vaz (Maputo, 1977) carried out the pedestrian crossing included in the Great Transpyrenean Route, GR11, carried out in Spain from the Cantabrian Sea (Cabo de Higuer), to the Mediterranean Sea (Cabo de Creus ), in a total immersion in nature, as the reason for a work of artistic creation that he called “In a single chord”.
This work investigates the intimate and persistent relationship with nature. An investigation into contemporary landscape, more specifically, regarding the relationship between man and nature, and in this case, the human circulation on the surface of the planet.
Result of a deep involvement with the Carpintarias de São Lázaro space, in a residency context, Pedro Vaz now presents a multidisciplinary project that adds complementary creative areas, in line with the Carpintarias' programming options, where cultural mediation and audience formation are some of its main objectives.
The exhibition “Num Único Acorde”, opening on February 1 at Carpintarias de São Lázaro, presents a group of works by the artist that will occupy the various floors of the Cultural Center, and has a very interesting public program with activities combining concerts, conversations and guided tours.
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Pedro Vaz (Maputo 1977), in most projects, uses traveling as a starting point, due to the need for direct contact with nature. Therefore, his impulse to go on immersion walks in nature is not new, where he collects sensitive experiences that he then transforms into an image through painting and video in an almost realistic impression, but permeated by a slight turbulence, a constant movement, which results from the movement of the body itself, but which also reminds us of the inevitable mutation of things, of the world.
His concern with recording nature for a posterity that may lack it, leads the artist to methodically and systematically collect all possible traces of this immersive experience that he wants to preserve at all costs and that he shares through his gaze.
This collection and transformation gives rise to more than 10 large-format paintings (3m x 1.3m) which are installed across the largest floor of the Carpintarias, taking advantage of their exceptional scale and ceiling’s height, to create a feeling of total immersion.
On the mezzanine, which serves as an authentic viewpoint from which you can admire the exhibition's large paintings, 45 maps are arranged in a line, on a huge 12 meter long table, each of them corresponding to a day's walk. In them, it is possible to reconstruct the route and exact places of each overnight stay. Its composition also respects the line that the body itself drew on the ground.
Floor 0, the most intimate of the Carpintarias, hosts a video installation made up of two screens that show moments from each of the 45 days of the walk and continuous static panoramas that transport us to a visual composition of elements from the same time in different measures that, as a whole, allow us complementary readings.
Likewise, superimposed, each video has a sound composition, written by composer Hugo Vasco Reis and performed by Drumming, the set will be heard throughout the exhibition.
Entrada actualizada el el 25 ene de 2024
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