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O Furor e traduções adjacentes (a partir da Bíblia de Ferrara)

Exposición / Galeria Pedro Oliveira / Calçada de Monchique, 3 - 4050-393 Porto / Oporto, Porto, Portugal
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Cuándo:
24 sep de 2011 - 12 nov de 2011

Inauguración:
24 sep de 2011

Organizada por:
Galeria Pedro Oliveira

Artistas participantes:
Pedro Proença

       


Descripción de la Exposición

Um ano difícil, por razões múltiplas, mais que os desconsolos da crise, e uma mão, a direita, escangalhada, determinaram um ano em que as minhas aventuras foram mais literárias do que visuais, o que numa trintena de anos de actividade ininterrupta me parece um direito.

 

Romances, teorias, mais manifestos e 'meta-manifestos' acompanharam alguns dos desenhos que fui fazendo, em modo esquerdino, para consolo privado, mas que acabei por engavetar e juntar ao meu involuntário espólio. Esta exposição caiu-me inesperada e a sua produção não me permitiu, sejamos honestos, aventuras de maior, nem ousadas inovações de última hora.

 

Divide-se esta em três núcleos:

 

1) Pinturas, onde desaguam múltiplos registos, numa espécie de remix musical, relaxado, barroco, colorido, caprichoso, como poemas que não querem asseverar, e que se mostram algo epidérmicos, sensuais, culinários. Saiem-me estes adjectivos de dona de casa, porque a sua ordem é a de algo entre a pura decoração e abandonadas e desleixadas metafísicas de ocasião que se parecem desvanecer.

 

2) Numa segunda sala, são reincidentes os prints de selvagens tipografias pelas quais fui obcecado durante os últimos anos: coleccionando, inventando, investigando de uma forma que me dilacerava - consequência de uma paixão por este campo de sinais, caligrafias e diversas ordens e desordens tipográficas que nascem da interacção entre a literatura e as artes ditas visuais.

 

3) Por fim, na sequência de uma encomenda para uma exposição sobre a Maria Gabriel Llansol, regressei aos desenhos de grandes formatos, delirantemente pseudo-alegóricos.

 

Acompanhou-me, como frenesim mental, a tradução que neste período fui fazendo de diversos livros bíblicos (o Génesis, o Cântico dos Cânticos, o Eclesiastes, Jonas, as Lamentações, alguns Salmos, e fragmentos diversos), a partir da Bíblia 'ladinada' de Ferrara, assim como uma investigação sobre o turbilhão das traduções quinhentistas.

 

São obras que testemunham uma convicção inabalável no que se chama, desbocadamente, arte, um contínuo entusiasmo pelo poder das imagens e da sua associação, quer ao que pretensiosamente chamamos pensamento, quer ao borbulhante, e tantas vezes frívolo, mundo da literatura. É um dar a ver o que em hebraico se chama Kavod, a inextricável glória do que vai no visível, e a parafernália de ritmos que o tornam evidente.

 


Imágenes de la Exposición
Pedro Proença, Porque tudo é se calhar, 2008

Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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Pedro Proença, Porque tudo é se calhar, 2008

Pedro Proença, Porque tudo é se calhar, 2008