O espólio apresentado foi adquirido, após a sua morte em 1980, por Manuel de Brito, por estar em risco de se perder.
Mário Henrique Leiria envolveu-se ativamente no Grupo Surrealista Português entre 1949 e 1951. Poeta, escritor, tradutor, pintor, crítico de arte, editor tinha o espírito de colecionador, guardava tudo dele, dos seus parceiros e de outros escritores e pintores, desde os cartazes feitos à mão das exposições surrealistas até às fotografias, catálogos, manifestos e tudo o que se relacionava com as artes e letras. Era um leitor ávido e na sua biblioteca, com cerca de três mil livros, destacam-se os dos seus poetas e escritores favoritos como Marquês de Sade, Baudelaire, André Breton, Aragon, Prévert, Sartre ou Kafka. Também era enorme o seu interesse pelas diversas correntes artísticas, salientando uma vasta coleção sobre os movimentos surrealistas, e pelos artistas de todo o mundo, do Brasil, México ou Peru até à...China. São muitos os livros de escritores e poetas portugueses e brasileiros que lhe são dedicados, de Almada Negreiros a Jorge Amado ou Erico Veríssimo.
São milhares os jornais e as revistas, da Time à Newsweek, da Hara Kiri à Charlie, do Mosquito ao Mickey, do erotismo à ficção científica, do jazz ao cinema. Fazia álbuns com as reproduções dos artistas de que gostava como Nuno Gonçalves, Goya ou Cézanne, de Marilyn Monroe, de figuras públicas e eventos políticos.
Foi feita uma escolha dos seus muitos desenhos, dos cadavre-exquis feitos com os seus companheiros, das colagens e das pinturas. Neste legado temos também obras de Artur do Cruzeiro Seixas, Jorge Vieira, Mário Cesariny de Vasconcelos, António Domingos, António Maria Lisboa, António Areal, Carlos Calvet da Costa, Carlos Eurico da Costa, Fernando Alves dos Santos, António Paulo Tomaz, Henrique Risques Pereira, Pedro Oom ou João Artur da Silva. Um imenso património para descobrir.
Maria Arlete Alves da Silva
Entrada actualizada el el 10 may de 2017
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