Tombado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, "O Livro de Cabeceira" reúne impressões pessoais de Sei Shonagon, uma cortesã que servia a Casa Imperial do Japão durante o período Heian, no século X. Além de traduzido para vários idiomas, o livro foi adaptado para o cinema em 1996, sob direção de Peter Greenaway.
Inspirada pelo olhar sensível de Sei Shonagon ao registrar a vida cotidiana da corte imperial japonesa, a artista plástica Midori Hatanaka se inspirou na poética literária de Shonagon para idealizar essa série de trabalhos.
Segundo Hatanaka, esta exposição foi motivada pela "necessidade de transformar a descrição das árvores, plantas, flores, jardins e todos os tipos de detalhes - desde as gotas de orvalho num crisântemo, até a combinação de cores das roupagens palacianas -, em imagens.".
O conjunto é formado por 37 peças, imagens em papel de arroz (29 x 24 cm), folha de ouro e tinta acrílica encapsuladas...em acrílico. A luminotécnica é um componente essencial para a visualização das peças, que apresentam nuances nas camadas de papel arroz, recortes e vazados.
As escolhas do material e suporte evidenciam o objetivo de Hatanaka em remontar a estética da obra literária, convidando para um passeio pela Casa Imperial Japonesa no século X através da perspectiva contemporânea da artista plástica.
A série de Midori Hatanaka insere "O Livro de Cabeceira" na contemporaneidade, compondo uma exposição que cruza o trabalho das duas artistas. O olhar contemporâneo de Hatanaka para a obra de Shonegon materializa um encontro poético que atravessa um milênio no tempo, contemplando um diálogo frutífero entre as artistas.
Entrada actualizada el el 24 sep de 2015
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