Sobre esta exposição escreveu António Cardoso, Diretor do MMASC.
Enquanto na Fundação Cupertino de Miranda, em Famalicão, se cruzam, neste momento, duas coleções (a da própria instituição e a da Fundação Calouste Gulbenkian) dando corpo ao Centro Português do Surrealismo (CPS), em Amarante, em parceria com a mesma instituição (em reiterada e grata colaboração) mostra-se a presente exposição, “O Surrealismo em Portugal”, abordando temáticas afins, praticamente com os mesmos autores e as diversas problemáticas.
Tendo na sua génese o Romantismo e o Simbolismo (de que António Carneiro se abeirara) o Surrealismo e as suas poéticas mostram-nos, na diversidade das linguagens (como já escrevemos) heranças freudianas, a implícita sexualidade (o erotismo), o humor e a ambiguidade, a ênfase do irracional, a desmesura criativa, a oscilação entre o apolíneo e o dionisíaco, como queriam, já, os gregos e Nietzsche... Numa quase intemporalidade, num combate ideológico, tantas vezes libertário.
Essa diversidade das linguagens, das poéticas e...das práticas, mostram-se nos “automatismos”, nas colagens, nas “frottages”, nos acasos criativos pessoais ou coletivos.
Em paralelo ou em soluções epigonais é possível verificar, ainda, na exposição, contaminações de linguagens, sinais percetíveis de aproximações, visíveis em Amadeo de Souza-Cardoso, pela via do Dadaísmo e seu “nonsense”.
Entrada actualizada el el 19 jun de 2018
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