O público vai conhecer o núcleo de obras de Vieira da Silva e de Arpad Szenes que pertenceu a Sophia de Mello Breyner e que se encontra actualmente na posse dos seus filhos. Gravuras que serviram para ilustrar obras poéticas, desenhos e aguarelas dedicados ou inspirados na figura da poeta, prosa e poesia que bebem na pintura dos artistas, correspondência e outra documentação vária, revelam as afinidades estéticas entre Vieira da Silva e Sophia. Esta exposição, intimista, quase de gabinete, procura evidenciar o diálogo entre as duas autoras, bem como realçar os paralelismos entre as suas obras, que, se bem que em linguagens diferentes, possuem características comuns. Os Olhares Mútuos entre as duas, a profunda atenção com que ambas fruíram a obra uma da outra, em evidente diálogo, acabam por realçar as afinidades existentes nos respectivos processos criativos.A memória do 25 de Abril, firmada em cartaz por Vieira da Silva...a convite de Sophia de Mello Breyner, tornou-se icónica, e é ainda a imagem-referência quando se quer ilustrar Abril de 1974. A visão de Sophia foi saber que estava em Vieira a capacidade de condensar em dois cartazes o êxtase que nasce da liberdade de expressão. Apátrida durante quase 30 anos, Vieira pôde finalmente voltar a ser portuguesa, ainda que de nacionalidade francesa, num registo quesaiu do circuito mais restrito e elitista das
salas de exposição para invadir as ruas, as montras e as paredes das casas portuguesas. Assim o sonhou Sophia, assim o concretizou Vieira. Sonhos e realizações de duas mulheres, para ver na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.
Entrada actualizada el el 08 may de 2019
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