Em sua segunda individual na Galeria Rabieh, com abertura dia 15 de agosto (sábado), Rosângela Dorazio apresenta obras constituídas a partir de mídias tradicionais, mas exploradas de maneira pouco usual. A artista cria simultaneamente uma relação tanto dialógica quanto de estranhamento com técnicas clássicas: as fotografias são rasgadas; as gravuras não têm reprodutibilidade, já que altera progressivamente as matrizes; e os desenhos são realizados em camadas de desconstrução.
Com curadoria de Rodrigo Villela, a mostra apresenta um panorama da produção da artista, com obras realizadas entre 2005 e 2015 em diversos suportes. Tratam-se de gravuras sobre fotografias (série Postais, 2005 – 2013, e Partido, 2015), uma instalação composta por copos e taças de cristal (Aos Pares, 2005), autorretratos em monotipias (2008) e desenhos e aguadas de nanquim e café em papel manteiga (Casa das Armas, 2015).
O mais recente dos trabalhos, Partido, foi produzido especialmente para a exposição. Assim como...na série Postais, a artista parte da fotografia de uma paisagem icônica, desconstruída por abrasões e desgastes no papel fotográfico, o qual, uma vez “descascado”, acaba por conferir relevo e um caráter quase objetual à peça, descolando-a da platitude da imagem. Diferentemente da série anterior, no entanto, este trabalho é uma obra de grandes dimensões: oito partes de 125 x 100 cm formam um conjunto de 250 x 400 cm; cada parte, no entanto, é um trabalho autônomo, “desmembrando ainda mais a ideia de uma paisagem como um todo estabelecido”, de acordo com o curador Rodrigo Villela.
Entrada actualizada el el 18 ago de 2015
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