Considerada uma das produções mais imaginativas e surpreendentes do atual panorama artístico espanhol, o trabalho de Jorge Perianes (Ourense, Espanha, 1974) tem na condição humana o centro da sua reflexão. As suas obras funcionam como sedutoras plataformas de leitura sobre as quais radica, entre uma pintura objetual ou uma escultura pictórica, a criação de um universo inquietante, profundamente metafórico e simbólico. Para a construção da sua metáfora, Perianes adotou uma subtil aliança entre o humor e a ironia, criando a partir de múltiplas formas, cores, texturas e ambientes, uma cosmogonia e um imaginário de encantamento capaz de envolver imediatamente o visitante numa experiência fortemente imersiva. A sua obra vive fora dos limites disciplinares, mistura-se e expande-se no espaço, com quem estabelece um desejado efeito de ruína, que se projeta no conjunto muito diverso de elementos vinculados à própria arquitetura, completando-se e adquirindo sentidos nela. Perianes insiste nas grandes montagens cenográficas,...como a instalação que concebeu para esta exposição: uma estrutura colossal de onde irrompe, possante, uma montanha coberta de vegetação natural, estilhaçando a arquitetura que a aniquila, reforçando, assim, a imagem da fragmentação, da ruína e do abismo existencial em que se formaliza grande parte da sua gramática artística.
Entrada actualizada el el 18 abr de 2016
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