A mostra individual Poemas de Chão marca o retorno do artista Jorge Menna Barreto ao solo gaúcho, depois de uma temporada de oito anos em São Paulo, onde o artista cursou o seu mestrado e doutorado em Poéticas Visuais na USP.
Capachos e tapetes de boas vindas fazem parte constante de nosso cotidiano. Costumam apresentar textos amigáveis, sinalizando o território que estamos prestes a adentrar. Não nessa exposição.
A exposição consiste em uma série de 110 tapetes que contém palavras inventadas pelo artista. São poemas de-uma-palavra-só que revestem todo o piso da Galeria Bolsa de Arte, combinando uma infinidade de cores da palheta industrial de tapetes vulcanizados KAPAZI, cuja fábrica em Curitiba foi usada pelo artista como atelier.
A mostra é resultado da pesquisa realizada por Menna Barreto em seu doutorado, concluído em
... abril deste ano. No entanto, a relação marcante com o texto já vem desde o início da sua carreira. Seus jogos de palavras e a criação de palavras-coisas encontram eco na tradição da poesia concreta brasileira e nos seus sistemáticos ataques ao uso da palavra como mero signo mediador de um conteúdo.
MERGUOLHAR, DESVISÃO, EMOCEONADO, DEUSEJO, AUSENCIAMENTO, ANCORAÇÃO, DOCEANO, RELACHÃO EULOGIO, FOMILIAR, LIVERDADE: as palavras aqui revelam-se enquanto matéria plástica, passíveis de serem torcidas, cortadas, modeladas, coladas, atiradas ao solo e reagrupadas, produzindo um novo chão.
Entrada actualizada el el 26 may de 2016
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