ÉLLE DE BERNARDINI FAZ SUA PRIMEIRA INDIVIDUAL NA VERVE
“Sex Shock” utiliza obras de arte para apresentar um novo modelo de sociedade de forma bem-humorada e interativa
Verve Galeria exibe a primeira exposição individual da artista plástica e performer transexual Élle de Bernardini. “Sex Shock”, com curadoria de Julia Lima, é composta por 12 trabalhos que oferecem uma visão pessoal e elucidativa sobre os chamados corpos dissidentes, transexuais, em sua investigação sobre o universo do gênero, identidade, política, sexualidade e história, importante discussão do momento atual.
“Eu torno plástico o que é do mundo da filosofia”, define a artista. Com trabalhos delicados, que provocam atração pela escolha dos materiais – pérolas, pelúcia, argolas de ouro, feltro, silicone - versa, através de suas obras, sobre um novo modelo de sociedade, chamado de Modelo Contrassexual. Além disso, no trabalho da artista também são questionadas as estruturas de poder estabelecidas dentro do sistema de arte,...aproximando o público das discussões consideradas tabus, como as questões de sexualidade e gênero. Os trabalhos buscam despertar no público o desejo de aproximação, de toque, “pelo querer saber um pouco mais sobre a temática”, diz Élle.
Em “Sex Shock”, o toque é permitido e a aproximação, desejada. As séries Formas Contrassexuais, Peludinhos, Relíquias e Do it yourself, não apresentam barreiras – são posicionadas para serem sentidas de forma táctil. A artista as utiliza como fio condutor, no despertar do desejo de compreensão das pessoas que buscam novas informações a partir da participação e do “processo de formação e educação por meio do contato com a arte”, declara a artista. “O trabalho de Élle de Bernardini é uma mediação entre essa sociedade que queremos construir e a situação que temos hoje, de agressão ao outro”, define a curadora Julia Lima.
Além da escolha do título da exposição, que é uma colagem e um jogo bem-humorado a partir do trocadilho com o sex shop, a montagem contará com etiquetas precificando os trabalhos, questionando desta forma códigos cristalizados do mercado da arte. Há a predominância das cores azul, rosa e dourado em suas obras, mas de forma subversiva. As duas primeiras, comumente associadas aos gêneros masculino e feminino, são subvertidas pela artista. O dourado, pelo seu poder e simbologia ligada ao sagrado, aparece enquanto elemento de atração, notando-se o cuidado com os detalhes de apresentação de um tema tão precioso à artista.
Élle de Bernardini, com sua disponibilidade e vivência pessoal, apresenta-se como uma via de aproximação para que se conheçam estes corpos dissidentes: “Hoje “importa” definir que se é transexual, a inserção dos dissidentes que não se sentem pertencentes, o registro na história, para que daqui a algum tempo isso não tenha importância; que indivíduos sejam respeitados por serem quem são.” conclui a artista.
Imágenes de la Exposición
Élle de Bernardini - Sex Schock
Entrada actualizada el el 28 ago de 2019
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