A fachada do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso acolhe «silhuetas» de António Gonçalves.

Através de um conjunto de quatro trabalhos, em que alguma figuras (silhuetas) observam quadros imaginários, o autor convida-nos a refletir e a entrar para visitar o Museu.

Frontispício

O frontispício corporiza o espaço, alude-nos à visita e separa o interior do exterior. É tido como o rosto que se alia, ou não, ao interior do edifício.

As fachadas foram, tantas vezes, a manifestação de imponência e afirmação, outras vezes apenas ilusão, cenário ou aparência.

Realizar uma intervenção na fachada é partilhar da força que esta impõe, é compreender o que a mesma pode ser e qual o conteúdo que ... detém.

Este trabalho para o Museu Amadeo Souza-Cardoso apresentou-se como um desafio, tendo sido a fachada o suporte para a intervenção. Pensar o frontispício que remeteria para o interior de um museu, onde a observação e fruição das obras de arte são a acção de habitabilidade daquele espaço. Desta forma, criei quatro imagens que iludem a presença de observadores (silhuetas) que se apresentam diante de quadros imaginários, apenas representados pelas linhas que definem a sua área. Uma simulação da acção que se pratica no interior, um convite à visita e à reflexão.