Exposición en Lisboa, Portugal

Stringing the disconnection

Dónde:
Galeria das Salgadeiras / Avenida Estados Unidos da América 53D, (Entrada pela Rua Coronel Bento Roma 12) / Lisboa, Portugal
Cuándo:
23 nov de 2023 - 24 feb de 2024
Inauguración:
23 nov de 2023 / 14h30-19h30
Precio:
Entrada gratuita
Organizada por:
Artistas participantes:
Enlaces oficiales:
Web 
Descripción de la Exposición
Desde «Rising», em 2021, que Rui Soares Costa tem vindo a integrar na prática artística de forma mais explícita e profunda o seu pensamento e posicionamento sobre o mundo e o Homem contemporâneos. Desde logo, reflectindo sobre o que é singular na nossa espécie como seja o facto de termos na nossa herança antropológica o culto dos mortos, o que nos permite perspectivar e representar o que já não existe. De igual modo, a Rui Soares Costa muito lhe tem interessado a tese dos hiperobjectos de Timothy Morton na qual se enuncia que, dada a enorme complexidade de certos fenómenos, há como que uma impossibilidade de o Homem conseguir lidar com os mesmos, de que são exemplo as alterações climáticas. É neste contexto que surge «Stringing the disconnection», composta por obras recentes de diversas séries que se encontram no seu pensamento político e social enquanto artista e ser cognitivo. Esta exposição, ... que inaugura o novo espaço das Salgadeiras e celebra o seu vigésimo aniversário, encontra-se profundamente alinhada com o nosso programa no qual se defende a Galeria, em sentido lato, como um lugar de conhecimento e reflexão. O conceito expositivo parte dessa premissa na qual se assume por um lado, a implicação do Homem na transformação substancial e significativa do planeta, e que esteve na base da nova era do Antropoceno, e por outro, a percepção e aceitação da complexidade do mundo contemporâneo na qual concorrem diversos sistemas e paradigmas. Ou seja, para resolvermos os problemas actuais do mundo, tangíveis, imediatos ou (co) existenciais, necessitamos recorrer à nossa cognição, à conexão com o real, considerando o(s) Outro(s) nesta complexa equação onde o tempo desempenha um papel fundamental. O tempo, a sua representação ou interpretação, o estado de aceleração que vivemos e o quão isso impacta na Natureza, encontram-se concomitantemente nas séries “Paper series”, com múltiplos papéis submersos em resina que desvendam um desenho que se prolonga no tempo; nas “Air series” que explora a ideia de interseção e de complexidade que reflectem a intervenção do Homem no planeta; a série “not there” que nos traz uma ausência tão ou mais importante que a presença, numa sucessão de linhas paralelas e ininterruptas. O discurso expositivo assenta numa espécie de alegoria: há um corredor, uma espécie coluna vertebral, acentuada pela presença de um tronco (ainda, já?) morto que nos conduz de um momento recente de grande incerteza até um futuro cuja realidade se caracteriza por uma grande complexidade. De um lado, uma fotografia de Mehrangarh Fort and Museum, em Jodhpur na Índia, onde Rui Soares Costa se encontrava em residência artística quando, em 2021, foi declarada a pandemia. A árvore trazida pelo Rio Tejo e encontrada perto do atelier do Rui Soares Costa, suspensa a 2,5 metros, o cenário mais radical da subida do nível médio das águas do mar até final do século. Do outro lado, uma instalação composta por uma cantoneira de aço e de luz, colocada à cada vez mais previsível altura, e uma teia de fios de pesca que remetem também para o contexto da sua produção artística. Atravessamos estes fios, e olhamos os telhados de Jodhpur, uma paisagem difusa onde, no primeiro plano, encontramos novamente uma rede. Afinal, a complexidade pode ser entendida como uma sedimentação de coisas simples, à espera de serem decompostas, isoladas e reveladas. Desses múltiplos olhares, cognitivos, sensitivos, Filosóficos, encontraremos a resolução do problema, da qual não deveríamos desistir. Tal como números, a complexidade também terá uma parte real e uma imaginária? Ana Matos Lisboa, novembro de 2023 --------------------------------------------- Um artista e um trabalho com Propósito (“An Artist and a Work of Art with Purpose”) As obras de Rui Soares Costa agora expostas na inauguração da nova galeria das Salgadeiras têm um propósito, que tem perseguido a coerência e a singularidade do trabalho do próprio artista. Assemelham-se a um diário que se alimenta tanto das suas vivências como do inconsciente coletivo perante a situação global que todos enfrentamos face a um desastre ecológico efetivo. Por outras palavras, as suas obras são uma denúncia e um alerta. Interrogam incansavelmente as desconexões que caraterizam a era em que vivemos com vista à tomada de consciência. Por isso mesmo, este texto é de enquadramento e não é, nem pretende incluir, uma crítica artística. E é de enquadramento porque o propósito do artista e desta exposição exige uma reflexão para além das Artes, mas que só pode ser conduzida pelas Artes e com as Artes. Ou seja, “stringing the disconnection”, como o próprio título da exposição nos obriga a refletir. Rui Soares Costa expõe três conjuntos distintos de obras de Arte que se complementam entre si, incluíndo: • uma série de fotografias, inéditas no percurso artístico expositivo do artista e realizadas durante a sua residência artística no Mehrangarh Fort and Museum, em Jodhpur na Índia, entre Fevereiro e Março de 2021, em tempos de grande incerteza associados ao início da pandemia; • um novo conjunto de trabalhos da “Paper series”, projeto em que desenha com folhas de papel de seda (o papel passa de suporte a ferramenta de desenho) sobre madeira queimada; e • um conjunto recente de trabalhos da “Air series”, onde fios de nylon se interseccionam em planos bidimensionais definidos por cantoneiras de aço oxidadas nas águas do Tejo. As obras são complementadas com duas instalações: • uma árvore morta que flutua suspensa a 2,5 metros de altura, que representa o cenário mais extremo de subida do nível médio das águas do mar até 2100 de acordo com os modelos do NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration¹; e ainda • uma cantoneira de aço, igualmente oxidada nas águas do Tejo, também ela a 2,5 metros de altura, que ilumina o que está acima desse cenário extremo, deixando obscurecida a zona que se encontra abaixo, habitada pelos vectores de complexidade da contemporaneidade dos cabos de nylon que se interseccionam. Todas as obras estão sintonizadas com o futuro e, por isso, podem levar algumas décadas para serem efetivamente compreendidas. Por outro lado, por questionarem o futuro, podem vir a ficar descontextualizadas se esse futuro se vier a alterar devido ao impacto das próprias obras. Mas o propósito, na continuidade da Obra do Artista, é mesmo esse. Ou seja, estimular que questionemos a ciência e o nosso posicionamento coletivo num novo “complexo de incerteza” que está a emergir, nunca antes visto na história da humanidade. Segundo o último Relatório do Desenvolvimento Humano², os tempos de incerteza que vivemos, juntamente com as vidas instáveis que estão a fomentar, incluem três vertentes voláteis e interativas: i) as pressões planetárias desestabilizadoras e as desigualdades de uma nova eventual era geológica, o Antropoceno, em que a ação humana passou a dominar a natureza que nos envolve; ii) a busca de transformações sociais abrangentes para aliviar essas pressões; e iii) a polarização social e política generalizada e intensificada. E é neste contexto que a exposição transmite três mensagens fundamentais. A primeira é a ideia da necessidade crescente de diálogo entre as mais diversas disciplinas e do papel complementar das artes e humanidades, assim como das ciências naturais e sociais para encararmos os múltiplos e emergentes desafios que enfrentamos. A segunda mensagem desta exposição, por ventura escondida em cada obra e no percurso do próprio artista, é a de que temos hoje um tecido de conhecimentos científicos que nos deve deixar bem preparados para enfrentar esses desafios. Mas sugere que, para que tal seja possível, as soluções terão de ser, na grande maioria dos casos, necessariamente inclusivas e globais. E não é por acaso que a India é especificamente mencionada. A terceira mensagem que as obras e natureza instalativa da exposição de Rui Soares Costa nos sugere incluiu um apelo à reflexão sobre a nossa própria fragilidade, a qual só nos pode estimular a aprofundar o debate sobre como temos de evoluir nesta nova eventual era do Antropoceno. Certamente com mais conhecimento e humanismo, estimulando novas perguntas para a ciência responder e melhor explicando todos os processos inerentes à prática científica. De facto, todas as mensagens estão sintonizadas com o futuro. Porque saber lidar com a incerteza, o risco e o desconhecimento sobre o futuro é, efectivamente, o desígnio de todas as sociedades modernas e o melhor que podemos passar às futuras gerações. Exige aprender mais, com mais solidariedade e debate intergeracional, compreendendo o respeito pelo próximo, independente do seu género, idade, etnia, ou orientações sexuais. Já ninguém duvida que sem conhecimento não há progresso, nem uma vida melhor. E que sem ciência nem sequer seria possível separar a verdade da mentira. Mas também ninguém duvida que o nível de acumulação do conhecimento científico e tecnológico é muito diversificado nas nossas sociedades, que estão hoje expostas a níveis crescentes de desigualdade social. E, portanto, também afetadas por uma capacidade muito distinta de separar a verdade da mentira. Deve ser salientado que já em 1963 o prémio nobel da física Richard Feynman³ argumentava que a ciência é um “método para descobrir as coisas”, e que depende sobretudo de métodos de observação rigorosa, salientando que a incerteza e a dúvida na ciência são boas, porque estimulam sempre novas atividades de investigação e o aprofundar do conhecimento. Mas trazem outras questões críticas sobre a compreensão pública da ciência, que exigem perceber a distinção entre questões que a ciência pode responder (i.e., “o que vai acontecer”), e questões que a ciência não pode responder (i.e., “o que eu quero que aconteça”). E este processo exige sempre mais cultura e, cada vez mais, o envolvimento de todos com o conhecimento. Adicionalmente, Feynman abordou ainda a necessidade de perceber três formas de descrever a atividade científica, designadamente em termos: i) do método de “fazer” ciência; ii) do corpo do conhecimento científico que resulta de fazer ciência; e iii) da aplicação da ciência, geralmente associada a tecnologia, e que pode ser dos mais variados tipos, incluíndo para tratamentos médicos e a cura de doenças, assim como para fins bélicos ou até de destruição maciça (designadamente em termos das ciências nucleares). A este respeito, os historiadores Naomi Oreskes e Erik Conway⁴ conjugaram as questões associadas à incerteza da ciência e à dificuldade da sua compreensão pelo público em geral, mas também no âmbito de processos de decisão política, e explicaram como foi possível um grupo de cientistas de alto nível, com extensas conexões políticas e económicas, realizar campanhas eficazes para enganar o público e negar o conhecimento científico bem estabelecido ao longo de quatro décadas sobre os efeitos do tabaco, das chuvas ácidas, e do aquecimento global. Oreskes e Conway mostram, em particular, como a ideologia do fundamentalismo do “mercado livre”, juntamente com processos corruptos ao nível económico, pode “usar” a ciência e distorcer a compreensão pública de algumas das questões mais prementes da nossa era. Por outras palavras, os desafios da promoção da cultura científica continuam atuais e, sobretudo, essenciais para o desenvolvimento saudável dos valores das nossas democracias. É neste contexto que a reflexão sobre conhecimento e sociedade, assim como sobre ciência e desenvolvimento, tem evoluído nas ultimas décadas com base num quadro epistemológico próprio, muitas vezes demasiado afastado das práticas de ciência e dos seus praticantes, onde a questão da linguagem e dos modelos retóricos tem assumido um relevo considerável. Esta exposição parte do princípio que essa reflexão é importante e útil para toda a comunidade e exige um esforço coletivo. As obras de Rui Soares Costa levam-nos, assim, a apreciar, cada vez mais, a nossa capacidade coletiva de aprender mais e dar prioridade ao conhecimento, assim como a compreender melhor que a ciência é um “campo de batalha”. E a batalha só se vence com mais e melhor conhecimento e a capacidade de todos aprendermos mais e de melhor compreendermos os processos científicos. E, assim, fazer melhores perguntas, que só podem ser feitas com um esforço de articulação coletiva e transdisciplinar, percebendo a subtileza das interações sociais e das atitudes individuais, de modo a melhor formalizar as perguntas que a ciência deve tentar responder, privilegiando, sempre, uma atitude humanista face ao método e aos processos de fazer ciência. Por outras palavras, a batalha só se vence com mais cultura e mais humanismo, com mais jovens a aprender e a fazer as perguntas certas, que só a interação com artistas comprometidos nos podem ensinar a fazer. “Stringing the disconnection” exige, assim, não só o desconforto contínuo para estarmos sempre a transformar e, sobretudo, a melhorar, bem como uma transformação contínua e sistemática da condição humana e das tensões sociais que lhe estão associadas. Também Joseph Henrich⁵, entre outros, esclareceu que: “O segredo do sucesso de nossa espécie não reside no poder de mentes individuais, mas nos cérebros coletivos das nossas comunidades. Os nossos cérebros coletivos surgem da síntese das nossas naturezas culturais e sociais – do fato de que aprendemos prontamente com os outros (i.e., normas culturais) e podemos, com as normas corretas, viver em grupos grandes e amplamente interconectados (i.e., normas sociais)”. Henrich mostra ainda que sociedades mais bem sucedidas segundo muitos tipos de métricas e mais interconectadas produzem mais “know-how” e que “o desafio foi sempre como impedir que as comunidades se fragmentem e as redes sociais se dissolvam”. Por outro lado, John Kay e Mervin King⁶ mostraram que as decisões mais importantes envolvem geralmente “incertezas radicais” para as quais os dados históricos e a anáalise estatística são sempre limitados. Ao concluírem que o planeamento do futuro e a construção da realidade social e económica ao longo dos tempos é sobretudo um processo de envolvimento e formação de opinião de atores sociais, estes autores contribuíram para a evolução da prospetiva como um processo de diálogo e construção social. Ainda neste âmbito é absolutamente critico perceber que a história nos mostra que a ciência não nos fornece a certeza. Nem nos dá provas de nada. Apenas fornece o consenso de peritos com base na acumulação organizada e escrutínio da evidência. Como claramente demonstrado por muitos autores contemporâneos⁷, a ciência moderna é um processo coletivo, particularmente associado à evolução das instituições científicas, sobretudo desde o século XVII, mas mantendo a ideia básica que a ciência tem sempre de ser suportada pela evidência e sujeita a aceitação ou rejeição. A evidência pode ser experimental ou observacional. Pode ter por base um argumento lógico, ou uma prova teórica. Mas qualquer que seja o corpo de conhecimento, a ideia e a evidência que a suporta tem sempre de ser julgada por pares. Claramente que esta natureza da ciência e da sua própria crescente especialização, mas sobretudo dos valores básicos que caracterizam a atividade científica e que a diferenciam de outros tipos de atividades, nem sempre são compreendidos pelo público em geral, nem por decisores políticos. A incerteza própria do processo científico é um processo que envolve e tem de envolver o debate científico, entre pares cada vez mais especializados. Como resultado, tem sido absolutamente crítico desenvolver a cultura científica da população e promover a perceção pública sobre o método científico em paralelo e em articulação com o próprio desenvolvimento científico. E esta exposição aborda esta temática de uma forma surpreendente, tendo por base as opções artísticas de um artista comprometido em estimular a construção da nossa “resiliência coletiva”. Ou seja, a exposição inclui um apelo importante para que essa resiliência continue a ser compreendida em termos coletivos e que seja reforçada de modo contínuo e sistemático. Nota-se que o conceito de “resiliência” é considerado resultar de um processo socialmente complexo e não linear, em função de interações sociais ao longo do tempo. Ou seja, é inspirado, entre outros, na reflexão do filósofo Mark Neocleous⁸ de forma a contrariar a ideia “neoliberal”, muito em voga sobretudo desde a crise financeira internacional de 2009-2010, de que a “resiliência” está associada à responsabilidade individual das pessoas terem de saber lidar com as emergências permanentes e a incerteza crescente que as nossas sociedades enfrentam, designadamente em termos ecológicos, sociais, económicos, territoriais e políticos. Neste contexto, a exposição de Rui Soares Costa estimula-nos a garantir a nossa “resiliência coletiva” e continuar a insistir no conhecimento, em particular das incertezas associadas a uma nova eventual era geológica, o Antropoceno. Manuel Heitor Lisboa, novembro de 2023 Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico; Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior [2015-2022] e Secretário de Estado [2005-2011] 1. https://tidesandcurrents.noaa.gov/publications/techrpt83_Global_and_Regional_SLR_Scenarios_for_the_US_final.pdf. 2. https://hdr.undp.org/content/human-development-report-2021-22 3. Feynman (1998). “The meaning of it all”, Perseus Books, Reading, Massachusetts, USA 4. Oreskes, M. and Conway, E.M. (2010), “Merchants of Doubt: how an handful of scientists obscured the truth on issues from tobacco smoke to climate change”, Bloomsbury Publ., New York. 5. Henrich, J. (2016), “The secret of our success: how culture is driving human evolution, domesticating our species, and making us smarter”, Princeton University Press. 6. Kay, J. and King, M. (2020), “Radical Uncertainty – Decision Making beyond the numbers”, W. W. Norton & Company, New York: 2020 7. Ver, por exemplo, Oreskes, M. and Conway, E.M. (2010), “Merchants of Doubt: how an handful of scientists obscured the truth on issues from tobacco smoke to climate change”, Bloomsbury Publ., New York. 8. Mark Neocleous, ‘Resisting Resilience’, Radical Philosophy 178, Mar/Apr 2013.

 

 

Entrada actualizada el el 20 feb de 2024

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