“Tempo” é o título da nova individual que Chiara Banfi inaugura na galeria. A mostra, explora as relações entre memória, ritmo e natureza e todas as obras remetem a uma nova forma de percepção do tempo. As séries “Órbitas” e ‘Calendário” foram criadas na pandemia e remetem a um tempo que se dilui, como uma aquarela, até chegar numa espécie de pausa.
O círculo é a forma mais presente nos trabalhos. Luas, planetas e ágatas, foram a maneira encontrada pela artista para refletir o pensamento de um tempo circular, em que as imagens são guardadas como memória dessa passagem de tempo convencional que estávamos habituados. O políptico de 25 aquarelas e 4 ágatas representa o mês de fevereiro de 2020.
Durante a quarentena o material que a artista tinha em casa para trabalhar era um kit de aquarela. “Comecei a brincar com água e cor”, explica. Aos poucos, foram aparecendo formas que...lembram luas e planetas e essas linhas delicadas foram saindo do papel e ganhando o espaço também. A parede do fundo da galeria foi coberta pela instalação “Convoluted Universe”, que exemplifica bem esse movimento de expansão.
Desde o início de sua carreira, a artista busca explorar estruturas sonoras de forma sensorial. É isso que vemos na série “Elza, Aquarelas do Brasil”, que traz uma gravação rara da cantora Elza Soares cantando a canção de Ari Barroso à capela. Chiara desenvolveu, junto com a equipe de uma fábrica de vinis, uma maneira de juntar as partes coloridas de LPs descartados e resíduos de polímeros, criando a partir dos restos, pinturas únicas. A feitura dessa série aconteceu no dia anterior a morte da cantora.
Entrada actualizada el el 15 nov de 2023
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