Objetos resgatados e, posteriormente, reconstruídos com o intuito de ganhar outras funções, outros sentidos. É assim que trabalha o artista visual Hugo Curti, que, no dia 6 de novembro, às 19h, inaugura a exposição individual “Tudo que posso naquilo que me conduz”, na Emmathomas Galeria. Com curadoria de Ricardo Resende, a mostra apresenta um recorte inédito de fotografias, gravuras e pequenas esculturas, totalizando mais de 80 trabalhos.
A meticulosidade em explorar a função inicial de peças descartadas é uma das características do trabalho preciso do artista, que, através de uma pesquisa focada no imaginativo, busca ressignificar e reorganizar objetos de uso cotidiano. Para Hugo, é uma forma de transcender e quebrar os limites convencionais do significado inicial de cada um dos elementos que utiliza. A invenção e a busca revelam a pesquisa arqueológica de Hugo, geólogo por formação, que faz disso uma oportunidade de vislumbrar o mundo, ora de forma surrealista,...ora de forma fantástica.
Com um ateliê aberto para visitação na Fábrica de Arte Marcos Amaro, em Itu, interior de São Paulo, Hugo busca dar sentido às peças originárias da casa de força da antiga Fábrica São Pedro, importante polo da indústria têxtil, com relevância histórica e cultural para a região durante o século passado. Para isso, faz uso deresíduos abandonados no local desde a década de 1990. A origem do seu processo criativo parte da premissa de acumular objetos que o levam a refletir sobre salvar aquilo que, aparentemente, não tem valor. A exposição convida o público a resgatar memórias a partir do que o artista recolhe e transforma em peças escultóricas, como sobreviventes do tempo.
Pequenas esculturas, uma instalação formada fotografias de forma instalacional, desenhos e objetos integram o projeto individual pensado para o espaço da Emmathomas, que fecha a programação de 2018 convidando o público a experimentar e vivenciar a produção de Curti. Nas palavras do curador Ricardo Resende, o trabalho expressa sua liberdade no fazer artístico. “Hugo revela uma certa arqueologia, que está no acúmulo de materiais que são reinventados e manipulados até tornarem-se pequenas esculturas”, explica.
Entrada actualizada el el 07 nov de 2018
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