“Lá não havia escorrega nem baloiço, só canteiros com flores e o frenético chilrear das andorinhas e isso bastou-me para que ficassem lembranças felizes”
Ana Cristina Dias mostra-nos mais uma vez que é uma pintora de pessoas e rostos, não procura identificar ninguém , procura algo que é comum a todas as pessoas, um elo, uma lembrança , uma época, uma história, um filme, uma música, um sentimento
Neste grupo de trabalhos os modelos são crianças e a artista assume um papel maternal de quem quer proteger e mostrar o caminho a seguir, sem medos e libertador.
A artista procurou fazer registos rápidos, recorreu ao desenho e a pinturas a preto e branco como se de um albúm de fotografias antigas se tratasse e tal como o título nos diz, não é preciso muito para fazer as coisas acontecer “ duas latas de tinta, uma branca e outra preta, um pedaço...de papel ou um livro e todas as ideias que existem em mim, uma pena de pássaro na tua mão e podes lançar-te numa longa e feliz viagem ou seres simplesmente um pássaro como aqueles que ouvimos e observamos na mata mas nunca como os de gaiola”
Pinceladas livres que se sobrepõem já tão características nas suas pinturas, de volta os pássaros, herança de família como ela costuma dizer e uma versão mais poética , provavelmente fruto de uma passagem mais frágil.
Esta exposição leva-nos àquela altura das nossas vidas de quando éramos livres, podíamos ser tudo o que desejássemos , um pirata, um aviador, um cowboy, um polícia e até um bandido, afinal naquele tempo bastava uma migalha de nada para ser feliz. Ana cristina Dias espera que a honestidade e dedicação que confere ao seu trabalho, seduza e prenda os olhares dos outros.
Entrada actualizada el el 05 jun de 2017
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