Exposición en Lisboa, Portugal

Labirintos. Roads to Whatever

Dónde:
CAM - Centro de Arte Moderna - Fundação Calouste Gulbenkian / Rua Dr. Nicolau de Bettencourt, 1050-078 / Lisboa, Portugal
Cuándo:
29 sep de 2011 - 17 nov de 2011
Inauguración:
29 sep de 2011
Comisariada por:
Descripción de la Exposición
Artistas: Ana Jotta, Bruno Pacheco, Cristina Mateus, João Onofre, João Paulo Feliciano, João Paulo Serafim, João Pedro Vale, Julião Sarmento, Noé Sendas, Nuno Cera, Paula Rego, Peter Blake, Rui Sanches, Rui Valério, Sérgio Pombo, Susana Anágua Susanne Themlitz, Teresa Magalhães.

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O título desta exposição é também o nome do colóquio sobre saúde, desenvolvimento e bem-estar na adolescência, organizado pela Gulbenkian e a realizar nos dias 25 e 26 de Outubro de 2011.

 

Associada ao Fórum Saúde, esta exposição propõe um espaço alternativo de reflexão: aquele que as obras de arte induzem e dinamizam, de um modo diferente do de qualquer outra actividade humana, acrescentando-lhe preciosas mais-valias.

 

O enigma do sentido a atribuir à existência e a forma como é perseguido ou abandonado na adolescência, os caminhos e o desnorte, a perturbação, a fantasia e o excesso ou os ... sinais de ancoragem pontuam tematicamente o percurso pelas obras aqui proposto.

 

Questões como a da identidade, e a da sua determinação neurobiológica, cultural e psíquica, entendidas num âmbito alargado, definem também os quadros de referência da sua leitura.

 

'Are you safe when you are dreaming?' (Estás a salvo quando sonhas?)

 

Não sabemos se a inquietação da pergunta esculpida na bóia de sabão de João Pedro Vale visa o sono e a inconsciência do que nele se passa, ou o sonho acordado e a fragilidade das suas fronteiras abertas.

 

Também a metáfora do labirinto, dos caminhos, do desnorte e da retoma de direcções num percurso se torna inevitável numa constelação semântica como aquela que a obra convoca.

 

Vários trabalhos reforçam, na exposição, a ideia da procura e dos meandros indecisos ou momentaneamente angustiantes a que conduz. É o caso de imagens como a do corredor sem fim alcançável ou só vislumbrável como ponto de fuga e passagem solitária em Smog #15 de Nuno Cera; ou da sequência de portas que se fecham continuamente no vídeo de Cristina Mateus, recusando a presença de um ateliê cujo estirador vazio insiste em assinalar a pausa ou a impossibilidade criativas.

 

O registo em vídeo de um grupo de 'sem-abrigo', feito em 1997-99, esteve na origem de um conjunto de esculturas em que The Rest is Silence II de Noé Sendas se inclui. Os manequins, talhados à escala do próprio artista, vestidos e calçados como pessoas reais, não mostram as mãos, escondidas nos bolsos, nem os rostos, tapados com o cabelo ou com um pano.

 

O mistério destas personagens só se esclarece parcialmente: conhecemos a sua condição gémea, as costas voltadas, a incomunicabilidade, o silêncio e a solidão de dois seres muito próximos. A cisão e a dualidade irresoluta são imagens poderosas daquilo que a adolescência pode representar. Angustiante, esta obra não é, no entanto, apenas hipótese de fechamento - ela pode ser também a consciência libertadora das opções em presença. Da sua difícil coexistência nasce por vezes a força de uma escolha.

 

A pintura de Paula Rego representa uma forma de 'ruído' e estridência visual, desordem em movimento na qual o grito e o susto, a gargalhada e a acrobacia, o destemor e a inconsciência, a dança, o vento e algumas figuras elásticas (fantasmas e palhaços, raparigas e seres andróginos e animalescos) se contagiam reciprocamente. The Vivian Girls as Windmills faz parte da série de pinturas de Paula Rego intitulada Vivian Girls, datada de 1984, e inspirada em The Realms of the Unreal, de Henry Darger, uma narrativa de fantasia e medo, como aquelas que habitam muitas das personagens de Paula Rego.

 

É dentro da herança pop que devem ser lidos os dois trabalho de Teresa Magalhães: o casal que avança confiante e a mãe que empurra o carrinho do seu bebé e que vemos à nossa frente como demiurgos que observam uma parcela de anonimato na multidão. A matriz familiar e amorosa subjacente é veiculada através de uma imagem de modernidade e de leveza que a forma de vestir e a agilidade dos corpos sinalizam.

 

Essa é também a tonalidade conferida por Bruno Pacheco ao conjunto dos seus desenhos, intitulados Whatever (2003-2004), em coincidência feliz com o nome desta exposição, numa diversidade de captações instantâneas muito eclética, luminosa e dinâmica: jovens, roupas, fetiches corporais, desportos, festas, animais, anjos, raparigas... Mas só ilusoriamente podem parecer transportar a frescura de um olhar cativado pelo real. Na verdade, sendo realizados a partir de imagens recolhidas nos media, os desenhos dependem em grande parte duma intermediação reprodutiva que torna quase desapaixonada a sua compilação cumulativa, apesar das circunscrições temáticas detectáveis.

 

Na época em que Teresa Magalhães faz as figuras recortadas, e em que muitos artistas portugueses exprimem uma espécie de neo-figuração de inspiração pop, Sérgio Pombo realiza as suas figuras femininas (na água e na praia) e a figura esculpida que apresenta fragmentada em quatro pedaços (rosto, ventre, joelhos e pés), objectos parciais facilmente associáveis às narrativas de fetiche e sedução.

 

O toalheiro de Ana Jotta (e estamos agora nos anos 90) continua a manter-nos nessa área em que as trivialidades do vocabulário gestual quotidiano são transformadas em apelos à nossa desatenção. Neste caso, a descoberta infantil da diferença sexual, protagonizada por dois ratinhos, como se de um filme de animação se tratasse, é bordada na toalha de pano azul em séries que se sucedem ao ritmo imaginário de cada puxada do rolo. Irrisão na malícia e opção lúdica na marcação de eventos, seja qual for a sua importância relativa, são processos que lhe são habituais na construção de um trabalho que se surpreende a si mesmo em constantes desvios e assumidos caprichos.

 

 

 
Imágenes de la Exposición
Labirintos

Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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