Exposición en Oporto, Porto, Portugal

A Thousand Leaves

Dónde:
Galeria Pedro Oliveira / Calçada de Monchique, 3 - 4050-393 Porto / Oporto, Porto, Portugal
Cuándo:
10 jul de 2021 - 02 oct de 2021
Inauguración:
10 jul de 2021 / 16:00
Horario:
De martes a sábado de 15 a 20 h.
Precio:
Entrada gratuita
Organizada por:
Descripción de la Exposición
"A Thousand Leaves" lida com a representação da Natureza. Julgamos saber o que isso significa. É porém bastante mais complicado do que parece. Em parte, tudo é Natureza: não apenas os rios e as lezírias, não só os vales, as encostas, a flora, a floresta, o arbusto de Le Gray, mas também os canteiros, as paredes, os caminhos, as povoações circundantes, o poder que as organiza, a natalidade que as perpetua; o plebiscito, os ritos, as antenas, os enterros, o dinheiro. Somos bandos de animais falantes. No limite, até mesmo as exposições de fotografia são Natureza, expressão extravagante de uma jovem forma de vida. Sob uma perspectiva suficientemente ampla, como explicou Kant, toda a história é história natural. Por outro lado, talvez muito poucos ou mesmo nenhum de nós, nem Rousseau, nem Thoreau, nem Le Gray, nem Carlos Lobo, nem qualquer dos fotógrafos aqui representados, tenha de facto tomado contacto com ... a Natureza: a entropia súbita que defrontam o caminhante solitário que se vê rodeado de lobos, a criança que se perde na gruta, os náufragos em plena tormenta, as tempestades de areia que apagam todas as referências. Talvez a Natureza seja uma perda de todas as referências humanas. Não existe nesse caso aquilo a que se chama «representação de Natureza», já que onde não se verifica gente, não se verificam imagens. Salvo, claro, no sentido das exposições de fotografia, onde por vezes não há pessoas, sem que isso nos cause o menor pânico. Haver fotografias numa sala, ainda que estas sejam «da Natureza», diz já quão distantes nos encontramos da simples possibilidade de a contemplarmos. Por definição, olhar para imagens e olhar para a Natureza são actividades opostas, irreconciliáveis. (As imagens não crescem nas árvores.) Os contornos da questão tornam-se agora mais nítidos. Se a Natureza não pode ser mostrada por imagens, em que sentido pode ela ser fotografada? Talvez, aplicada a (estas) imagens, a expressão ‘da Natureza’ induza por isso um pouco em erro. Pode ser que, olhando em redor, o visitante de A Thousand Leaves não veja fotografias da Natureza mas fotografias da representação da Natureza. Numa perspectiva pessimista, pode ser até que um fotógrafo, ainda por cima um fotógrafo culto e consciente como Carlos Lobo, não seja capaz de representar a Natureza porque já não a consegue ver. Olha para este arbusto e vê um Le Gray; olha para aquele tronco e reconhece um Atget; olha para aquele rio e vê-se a si mesmo de algum modo. Em suma: olha para a Natureza e aquilo que vê são imagens. Nas fotografias de Lobo e da sua colecção pessoal — nos danos infligidos causados aos elementos e pelos elementos, na competição infinita entre vegetação e povoação, das lembranças da natureza no espaço urbano e do espaço urbano na natureza; — vê-se uma Natureza próxima, humana, domesticada, indomesticável. Não só no sentido trivial em que é Natureza tudo o que é humano, a começar pela transformação da paisagem, mas sobretudo no sentido em que a representação é uma das formas de domesticação da Natureza; no sentido em que uma imagem do mundo natural é uma transformação do mundo natural (qualquer imagem da paisagem é a paisagem transformada). Ora, essa transformação não acontece no vazio; não aparece do nada. O diálogo aqui encetado pelo artista com os seus pares e com alguns dos heróis testemunha bem o sentido em que a Natureza do fotógrafo é sempre, já, uma Natureza pictórica, poética, fotográfica. A Natureza do fotógrafo é a história fotográfica: as imagens de que se rodeia e que o motivam. Veja-se por fim como algumas destas imagens encenam a presença na, ou aliás um contacto pacificado com a, esfera natural. Assombrado por imagens, o fotógrafo que assim se projecta lida com a fotografia entendida como um estar-no-mundo, lançado nos elementos, uma exploração no exterior de si mesmo, em contacto com o não-eu. A fotografia, nas palavras de Lobo, nasce de «uma devoção pelo real». Metonímia da actividade fotográfica, poder-se-ia tomar tais imagens sobre a presença na Natureza como traindo uma ideia de fotografia enquanto via de evasão da esfera fotográfica e pictórica. Seria um gesto irónico. Não creio porém que tal aconteça. Nunca existe na obra de Carlos Lobo qualquer tensão irónica entre a devoção ao real e a devoção à imagem. Não existe tensão mas (se posso dizê-lo assim) graça e naturalidade; uma simpatia geral pelo mundano. A Thousand Leaves, vimos de início, lida com a representação da Natureza. Mas não lida menos com a segunda natureza: a fotografia enquanto modo de vida. Humberto Brito Junho 2021

 

 
Imágenes de la Exposición
Carlos lobo

Entrada actualizada el el 19 oct de 2021

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