Descripción de la Exposición
Porque os tempos mudaram, agora todos podem fazer coisas “extraordinárias” e ficar sob os holofotes.
Neste sentido a situação ordinária da Tasca do Nelson é extraordinária:
Estado normal em vez de excitação. Ausência de guerras e Reis...
A exposição “popula“ a Ermida - que pela parecença ou oposição directa a uma Tasca - como lugar de “culto“ historicamente vêm testemunhando todos momentos da sociedade com seus habitantes incógnitos-comuns-passantes ocasionais e turistas acidentais. Outrora lugar de comunicação e desabafo entre populares anónimos (ou não), vivem agora uma “indiferença colectiva gerada pelos novos media em cada bolso (ou bolsa), preenchendo o espaço com um silêncio ensurdecedor, só interrompido por vezes por relatos de futebol, que – pasmem-se - é o único momento actualmente em que se gera uma subtil comunicação entre desconhecidos (ou não) frequentadores do mesmo espaço, segundo constata Nelson.
... as pessoas tão perdendo a cor, só olham pro telemóvel ... (NC)
Cardoso, com sua normal fluidez e desembaraço, mas como que se de um estudo do fenómeno sociológico actual se tratasse, instala sua Tasca com 31 “Pessoas e 2 gatos - construções em cartão canelado e outros, reutilizando os desperdícios da sociedade, - que numa mesma atitude de desperdício do “outro”, vivem a ilusão generalizada da comunicação virtual gigantesca e abrangente, porém incrivelmente solitária, silenciosa, mas repleta de “amigos virtuais“, - reflectindo pela ausência de cor (novidade) nas quatro esculturas especificamente concebidas para esta instalação.
Sem nunca perder sua capacidade crítica e seguindo sua linha de personagens improváveis-invisíveis-intrigantes - como os da instalação adquirida pelo Museu Berardo “A RUSGA e o Vaga-Mundo“ em 2015 - estas 4 esculturas figuras à escala humana “conectadas + o Rap em Lx + o futebol na TV- elemento vital de intersecção com outros 27 “espectadores”, (quadros), que contrastando o tempo e numa explosão de cor, enchem a Ermida de expressividade e alegria, perante os olhos atentos dos gatos da casa, nos levando numa viagem trans-décadas, como registado no esfusiante documento histórico/ analítico desta passagem da “ ALQUIMIA (NA TASCA) “ - concebido por Rajele Jain, catálogo a ser lançado na inauguração, dia 11 de Março 2017.
...Corpos normais, não sofrendo, não agressivos, nem desfigurados nem de forma espectacular, que não querem nada de nós mas só estão lá. Sem vazio, calor humano. Somos lembrados do significado de companheirismo, comunidade, união, corpos. Isso também é outro aspecto: “O“ significado de corpos no processo de comunicação -nos dias de hoje de conceitos pós- e transumanos e mensageiros virtuais...
Nelson Cardoso, com mais de 30 anos de carreira artística, (AR-CO Escultura-1983), inspira-se e retrata o submundo das grandes cidades enfocando a contracultura, a diversidade, o transformismo em todo o seu glamour, e a indiferença, fosse em “NOITE (VI)- VIVIDA“- de José António Fernandes Dias, ou em “Mega- Pólis“- de Paulo Reis ambas com colaboração de Manuel Costa Cabral na gAD galeria, Lisboa.
Paulo Reis ainda o descreveu: “um artista urbano, nocturno, demiúrgico“.
Os raros momentos de confraternização de uma geração maior, envelhecida, actualmente desencaixada da sociedade pelo desconhecimento tecnológico, provoca alguma (in)diferença geracional em muitos locais ermos, onde a menudo, a Tasca- a Igreja- a Ermida- o Café são as únicas oportunidades de devaneio e confraternização, fazendo-nos reflectir que o abandono e o individualismo não devem tomar conta e que a intersecção é o melhor remédio.
Exposición. 14 may de 2025 - 08 sep de 2025 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España
Formación. 30 oct de 2025 - 11 jun de 2026 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España