Descripción de la Exposición
Carlos Bunga regressa a casa com a sua primeira exposição individual numa galeria em Portugal, mas não é a mesma pessoa que era quando saiu do país; todas as viagens são transformadoras e todos os regressos a casa enriquecedores. Fotografias, vídeos, pinturas, esculturas e desenhos ocupam o espaço da galeria, a meio caminho entre a sua casa e o seu estúdio.
“Chamamos lar ao espaço no qual todos os objetos existem como sujeitos (é o oposto da escravidão)”, explica Emanuele Coccia. As casas são contentores, na maioria das vezes a sua arquitetura já nos chega pré-estabelecida, e por isso são os objetos que as preenchem que as tornam habitáveis, e as transformam nos nossos lares. Em cada objeto existe algo de nós e é desta ligação que surge o sentimento de pertença.
Nos últimos tempos temos sido obrigados a procurar novas formas de estar nas nossas casas como resultado da sua obsolescência. As casas passaram de refúgios a prisões, converteram-se em centros de produção e de consumo onde o público e o privado se misturam, algumas hiperligadas e outras praticamente isoladas, solitárias ou asfixiantes, hipertecnológicas ou sustentáveis, e a meio caminho entre o físico e o virtual. Estas múltiplas contradições no modo de habitar as nossas casas mostram o seu estado de hibridização, e a sua mutação em laboratório que estuda novas formas de convivência e sociabilidade, e onde se aprendem outros modos de viver e morrer.
A pandemia não colocou só todos os corpos em casa, também deixou aqueles que não a tinham, ou a perderam, na rua. As suas malas e os seus carros cheios de objetos, é tudo o que lhes resta das suas casas. Os seus corpos-casa são monumentos urbanos que nos fazem lembrar o fracasso das nossas instituições democráticas.
Enquanto as nossas casas se transformam, a terra está em ruínas, e nós humanos que juntamente com outras espécies animais somos menos de 10% da biomassa do planeta, somos quem tem provocado estes desequilíbrios, esgotando cada vez mais rápido os recursos terrestres. Será que o nosso futuro tem espaço para continuar apesar de estarmos a esgotar os recursos da nossa casa comum?
O trabalho de Carlos Bunga (1976, Porto) combina uma intensa materialidade com a evocação de estados psíquicos. As suas estruturas escultóricas e pictóricas propõem a arquitetura como corpo e espaço mental. Nos seus ciclos de construção e transformação, o artista explora estados de despojamento e nomadismo.
Bunga participou na Manifesta 5, em San Sebastian (2004), na Bienal de São Paulo (2010), e na Bienal de Arquitetura de Chicago (2015). Expôs individualmente em muitos museus incluindo: Pinacoteca de São Paulo (2012); Hammer Museum, em Los Angeles; Museu de Serralves, no Porto (2012); Museo Universitario de Arte Contemporáneo, na Cidade do México (2013); Haus Konstruktiv Museum, em Zurique (2015); MACBA, em Barcelona (2015); MOCA, em Detroit (2018); MAAT, em Lisboa (2019), MOCA Toronto (2020); ou Whitechapel, em Londres (2020).
Entre as suas próximas exposições, podemos destacar: Secession de Viena (2021), e Palácio de Cristal do MNCARS, em Madrid (2022).
Actualidad, 22 jun de 2021
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Por GUSTAVO PéREZ DIEZ
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