Descripción de la Exposición
“Sonho-me às vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsamica e fulgente
E a lua cheia sobre as aguas brilha…”
em Sonho Oriental, de Antero de Quental.
Esta exposição surge como resultado de uma viagem que fiz a uma ilha, a Irlanda. É, também, naturalmente, o reflexo do efeito que este percurso físico, emocional e espiritual teve em mim. Isto, talvez, pode ter sido proporcinado por já pertencer a uma outra ilha; a ideia abstrata de já lá ter vivido em tempos, mesmo sem isso nunca ter acontecido, numa espécie de catarse, um sentimento ancestral de pertença.
Esta viagem alertou-me para mais questões do que respostas. Somos todos ilhas e dentro delas a fragilidade de quase sempre sermos o seu único ilhéu. Reconheci rostos e paisagens; revi conhecidos/ desconhecidos, cheiros, casas, a cozinha de conforto. Revivi a poética de pertencermos a um lugar.
Viver numa ilha é, ao mesmo tempo, resistir ou deixar-se seduzir pelo seu horizonte e ter a ideia de fuga e refúgio nas mesmas proporções, envolvida no mesmo desejo. Um ilhéu é um sobrevivente de si próprio, todos os dias.
Uma ilha é como uma mãe, ora com mil braços até ao coração, ora com mil setas até o endurecer ou ferir.
Paulo Damião
Premio. 11 abr de 2025 - 16 may de 2025 / Bilbao, Vizcaya, España
Ayudas 2025-26 para la realización de proyectos artísticos con cesión de estudio en Bilbao Arte
Formación. 30 oct de 2025 - 11 jun de 2026 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España