A JANAINA TORRES GALERIA tem o prazer de anunciar a exposição Criatura, primeira individual de Paula Juchem (Santa Maria, RS, 1974) na galeria. Com curadoria de Livia Debbane, a mostra reúne um conjunto de 30 esculturas inéditas da artista, que utiliza a cerâmica como força material e poética. São obras em tamanhos diversos, incluindo duas colunas com mais de três metros – maiores obras em altura já produzidas por Juchem até hoje.
Tendo sido destaque na edição deste ano da maior feira de arte da América Latina – Zona Maco, que acontece no México -, o trabalho de Paula Juchem é pautado na liberdade e fruição na construção das formas que ganham vida através das suas mãos, das diversas possibilidades que o processo da cerâmica pode trazer. Em seu ateliê, em São Paulo, monta, desmonta, troca peças, empilha, desfaz e refaz quantas vezes achar necessário até chegar onde deseja.
“Fui arrebatada pela...singularidade do trabalho de Paula Juchem, pelas formas imperfeitas, pouco identificáveis e ao mesmo tempo tão coloridas. Reconheci de imediato um forte potencial a ser desenvolvido e trabalhado”, diz a galerista Janaina Torres. “Lidar com um material milenar quanto a cerâmica com o frescor com o qual ela livremente o explora, além de surpreendente, é encantador”.
Com formação em Design Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), a artista tem estabelecido, ao longo do seu corpo de trabalho, um repertório visual único, lúdico e, ao mesmo tempo, intrigante, marcado pela organicidade das suas formas, que evocam a traços de animais, fungos, bactérias, entre outros seres vivos que habitam a Terra em toda sua pluralidade. O resultado são entes possíveis e insólitos – criaturas que só existem dentro do universo de sua obra.
“Ainda faz sentido dividir as coisas entre naturais e artificiais? Entre realidade e fantasia? Verdadeiro ou absurdo? As esculturas cerâmicas reunidas na exposição Criatura habitam os frágeis limites de tais dicotomias”, escreve a curadora Livia Debbane. “Fragmentos de formas biológicas aparecem por entre camadas e acúmulos de argila e esmalte, nos tantos acasos que singularizam a produção de Paula Juchem, a romper expectativas e desestabilizar narrativas.”
Assim, a curadora complementa: “Nessas esculturas notamos relações ora simbióticas ora parasitas entre as coisas existentes e as criadas, elementos que desmontam a idealização de uma natureza pura e intacta: um pedaço de arame, de vidro, uma corrente, que com algum humor foram incorporados e naturalizados.”
Entrada actualizada el el 13 oct de 2023
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