Erosão, do latim erosio, que significa “morder/roer fora, arrancar”, é o processo geológico de desgaste da superfície terrestre através da acção de agentes geomórficos, como o vento, a chuva ou as ondas, numa constante mutação da crosta terrestre, invisível ao olho humano.
A distância temporal necessária para a observação destes processos é análoga à distância física necessária para a percepção do que podemos definir como linha de horizonte numa paisagem. A junção destas duas palavras compõe o título da terceira exposição individual de Gonçalo Sena na Quadrado Azul – Erosão Horizonte – na qual o artista apresenta um conjunto de obras em papel e de esculturas.
Quando observadas como um todo no espaço, o conjunto de obras em papel projecta um corte horizontal na arquitectura, e funciona como pano de fundo para a composição escultórica no espaço central da galeria. Os materiais utilizados sobre o papel – cimento, areia, tinta spray –...formam uma camada que se sobrepõe aos vestígios de desenho a grafite, tal como a parede de um edifício moderno desgastado revela a sua composição material e estrutura interior. Este processo material desdobra-se também no cenário escultórico proposto, neste caso, através de uma simbiose entre artificialidade e substância na percepção de formas, materiais e as suas (dis-)funções em lenta transformação.
Entrada actualizada el el 20 mar de 2019
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