Exposición en São Paulo, Sao Paulo, Brasil

Expediciones pacíficas

Dónde:
Galeria Nara Roesler - São Paulo / Avenida Europa, 655 / São Paulo, Sao Paulo, Brasil
Cuándo:
22 jun de 2013 - 20 jul de 2013
Inauguración:
22 jun de 2013
Organizada por:
Descripción de la Exposición

Ribeirão Preto, SP / 1h54 / 23ºC / casa

 

Durante o 8º Festival de Performance de Cali (2012), Colômbia, Baraya tornou-se um dos guias do zoológico, em sua performance Visita el Zoológico con visita guiada y selección musical aviaria, que se confundia com o funcionamento do parque. O instrutor/artista caminhava pelo trajeto, criando relações entre os animais e a estrutura física do lugar, associando uma escultura gigante de tartaruga feita de concreto a situações específicas do contexto colombiano: 'Aqui não há hipopótamos!', falava ao mesmo tempo em que batia seu guarda-chuva em uma imagem/propaganda fixada em um poste pelo caminho, onde figurava um hipopótamo. Relembrava com isso a fazenda Nápoles, de Pablo Escobar, e sua criação de animais importados da África via Estados Unidos (deixo aqui minha homenagem ao hipopótamo Pepe, sacrificado pelo exército colombiano no rio Magdalena, depois de fracassadas tentativas de ... levá-lo de volta à fazenda. O animal havia fugido de seu hábitat 'quase' natural). Foi importante ser espectador/visitante de Baraya, mesmo não tendo noção da veracidade de muitos dos contextos [hipóteses: 1 - Não ter o espanhol como idioma fluente; 2 - Não entender toda a história colombiana; 3 - Sim, o artista cruzava narrativas e dados, embaralhando conceitos científicos com a realidade local]. Isso me fez entender parte do processo de pesquisa do artista, sempre em deslocamento: real - com suas andanças/expedições e material -, reorganizando os objetos artificiais a partir de fundamentos culturais e científicos (ou paracientíficos).

 

Olinda, PE / 17h45 / 30ºC / Catedral de Olinda

 

Os holandeses aportaram suas embarcações aqui no século XVII; traziam na bagagem alguns artistas para registrar os costumes dessa terra distante: fauna e flora desenhadas a partir da visão do estrangeiro, levando em seu retorno dados para facilitar a exploração do tropical - banana, goiaba, coco, melão, mandioca, abóbora, repolho, abacaxi, entre outros; a paisagem de terra boa para o plantio, um solo doce para o cultivo; a imagem do escravo com o corpo ideal para o trabalho, e com moral e intelectualidade inferiores às do europeu, serviria para atestar que tudo estava correndo bem. 'Não há erro nessa terra, a não ser o calor', pensaria o colonizador; os selvagens povos primitivos, que ainda hoje devem ser exibidos como imagem dessa região, eram mais passíveis de eliminação. Sempre ao progresso.

 

São Paulo, SP / 23h37 / 22ºC / casa

 

Baraya incorpora o artista-personagem. As múltiplas personalidades o acometem: pesquisador, explorador, antropólogo, instrutor, professor, naturalista e botânico. Uma ou um conjunto delas aparece para construir as lógicas de cada trabalho. Há quatro expedições reunidas: Nova Zelândia (2009), Califórnia (2012), Shanghai (2012) e Machu Picchu (2013), todas inseridas no projeto Herbario de plantas artificiales, iniciado há mais de uma década pelo professor. No projeto, é realizada a catalogação de plantas 'Made in China'; há uma estrutura central que se ramifica em duas direções: físicas e históricas. Algumas espécies possuem seus pares na natureza; outras são de difícil catalogação.

 

A última expedição realizada aconteceu no Peru, e o personagem invocado foi o naturalista explorador. O pesquisador possuía um objeto para medir corpos e o utilizava para medir seu crânio, pedia aos turistas ou moradores locais que fizessem tais medições. A cena estava pronta: Baraya segurando seu objeto de estudo - plantas artificiais -, viajante ou residente medindo o crânio do botânico e, ao fundo, quase sempre a paisagem ou imagem difundida por cartões-postais e pelas câmeras dos turistas. Para realizar a série, o pesquisador se baseou nas fotografias realizadas por Milcíades Chaves e Gerardo Reichel-Dolmatoff na Sierra Nevada de Santa Marta, Colômbia (c. 1948). O interesse pelo outro sempre existiu (mesmo que de forma indireta), por exemplo, quando o investigador mantém um diálogo com seringueiros do Acre e tenta entender parte da história política em decorrência do extrativismo. Isso não é apenas incorporar o material humano como objeto de exploração para a conclusão do projeto, mas é também uma tentativa de dar voz ao subalterno. Baraya ironiza os processos executados pelos colonizadores realizando um estudo 'obsoleto' da sociedade industrial.

 

Ribeirão Preto, SP / 21h00 / 22ºC / circo montado na periferia da cidade

 

Não há mais animais nos circos, a felicidade triste desses espaços é a mesma de quando os animais ainda existiam como atração: os bichos foram substituídos por homens vestidos com roupas de animais. A primeira atração é um rato que faz piada, seguido de um urso branco com a roupa suja pelo chão de terra; meu sobrinho, na cadeira ao lado, se agarra em mim assustado com tudo aquilo. Por último, dois homens/animais entram no picadeiro, não consigo identificar de qual espécie, possivelmente uma mutação: dois novos seres não catalogados pela Ciência.

 

Ribeirão Preto, SP / 18h40 / 23ºC / shopping center

 

As plantas do artista chegaram ao ponto mais alto da evolução das espécies: já não é necessária água ou qualquer outro procedimento para a manutenção da vida. A taxonomia realizada deixará bases de estudos para posteriores gerações. Há espécies catalogadas por Baraya de rara existência, aparecendo em regiões muito específicas e encontradas com a ajuda da perspicaz capacidade de observação. As descobertas e amostragens são dadas pela primeira vez ao mundo pelo pesquisador.

 

 

 
Imágenes de la Exposición
Alberto Baraya, Expedición Machu Picchu. Antropometrías aproximadas, 2013

Entrada actualizada el el 26 may de 2016

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