Com uma trajetória artística que se iniciou no final da década de 70, na Itália, Cesare Pergola apresenta a exposição retrospectiva "Geometria da Sedução", com trabalhos em fotografia, pinturas, instalações em neon, além de registros em vídeo das ações que realizava no início da carreira. A mostra acontece de 13 de junho a 23 de agosto de 2015, no Centro Cultural São Paulo, piso Flávio de Carvalho, e conta com curadoria do cubano Andrés Hernández.
O objetivo principal é apresentar para o público uma síntese do que tem sido a trajetória de Cesare Pergola até o momento. Dessa forma, essa retrospectiva funciona como espelho para um processo quase jornalístico, investigativo, que inspirou sua poética e prática artística, a fim de narrar suas experiências ao espectador. Assim como um processo de intertextualidade, o conceito curatorial estabelecido por Hernández abre janelas não só para se entender a poética artística estabelecida por Pergola, como...também para o contexto histórico vivido por ele desde o início de sua carreira.
Durante todo o seu percurso como artista, Pergola utilizou-se de ferramentas contemporâneas, como a tecnologia e a performance, que, calcadas pelas lógicas da geometria matemática e espacial, bem como sensorial, principalmente o erótico masculino, para possibilitar que seus trabalhos sejam desvinculados de qualquer imposição temporal, situando-os tão somente no contexto da sua experimentação pessoal contínua. Esse processo de pesquisa e narração é embasado pelo curador por meio de um cotidiano verídico, onde as possibilidades podem facilmente transformarem-se em realidades. Assim como o próprio trabalho do artista, a exposição apresenta-se por meio de três poéticas principais: a sedução tecnológica, a paixão pelo erotismo e a pureza do raciocínio lógico.
Na ocasião, será lançado o livro GEOMETRIA DA SEDUÇÃO, com textos críticos da curadora e critica Denise Mattar e da editora e critica Paula Alzugaray. O livro, de 108 paginas com muitas ilustrações, traz seus trabalhos mais relevantes desde 1978, ano de início da carreira artística.
Cesare Pergola
Em 16 de março de 1978 dava-se o sequestro do primeiro-ministro italiano Aldo Moro pela vertente marxista-leninista Brigada Vermelha, culminando em sua morte depois de 55 dias de cativeiro. Esse significativo momento da história da Itália coincide com o início da carreira de Cesare Pergola como artista plástico. Foi nesse dia que, numa Itália "fechada por terror", o artista apresentou sua primeira performance pública com "Il Marchingegno", um grupo de pesquisa multimídia que atuava através de performances, instalações e teatro-arquitetura. A partir daí, inicia-se um processo criativo que inclui vídeo, fotografia, arte digital e pintura.
Formado arquiteto, Pergola vive no Brasil desde 2009. Por mais de vinte anos atuou como professor de arquitetura e design em varias instituições na Itália e na Tailândia. Na Universidade Estadual de Florença, ministrou em 1996-98 a disciplina de semiologia da arquitetura, instituída por Umberto Eco. Em arquitetura, desenvolveu uma teoria inédita sobre "sensorialidade urbana", publicada no ensaio "La città dei sensi", Alinea Ed. Itália, 1997. No Brasil, fundou a Galeria Belvedere, em Paraty (RJ) e criou o Prêmio Belvedere, Festival de Arte Contemporânea de Paraty, que levou na cidade colonial alguns protagonistas da arte contemporânea brasileira, como Emanoel Araujo, Regina Silveira, Carlos Fajardo e muitos outros.
Entrada actualizada el el 13 may de 2015
¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?
