Júlia Ventura (1952) tem vindo a desenvolver, desde fim da década de 1970, um consistente e rigoroso trabalho sobre a identificação e o visível. O seu trabalho assume como medium recorrente a fotografia, mas não se circunscreve ao domínio das suas convenções limite, extravasando e implicando as suas problemáticas noutros meios. Em Going Againstreuniu um conjunto de trabalhos de diferentes períodos, para que a proximidade e relação inusitadas produzam novos reconhecimentos destas imagens. Cada imagem manifesta um enigma, porquanto o que vemos não define um reconhecimento estável. Todas elas provêm das marcas do mundo deixadas numa superfície foto sensível e enquanto tal constituem acidentes, antes de qualquer sentido que o nosso olhar procura reconstruir e codificar. A proximidade de uma imagem com outra, – no espaço físico e através da memória, – estabelece por vezes identificações através da repetição de determinados aspetos. Não se trata de um encontro pleno através...de uma identidade comum às imagens, mas de uma laboriosa e instável aproximação que os nossos olhos exercitam entre estas pela invisibilidade que vai de uma fotografia a outra. O visível e a identificação podem assim definir um curso imprevisível.
Entrada actualizada el el 14 jun de 2021
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