A exposição “L’Éternité par les astres” cita, no seu título, um livro homónimo escrito por Louis Auguste Blanqui em 1872. O revolucionário francês escreveu este texto na prisão- Castelo de Taureau, enquanto cumpria uma pena por se ter envolvido nos motins que tiveram lugar em Paris, dois anos antes. Nesta exposição reúnem-se obras realizadas desde 1992 até à actualidade. Trata-se, portanto, de uma selecção que teve em conta as diferentes linhas de trabalho do artista, não só em termos formais, mas também conceptuais, nomeadamente nas relações entre arte e literatura, arte e filosofia, e arte e política. A montagem procurou ainda responder a um dos desafios relacionados com as peças de Emídio Agra, pois muitas delas apenas revelam as suas diferentes “faces” através de um processo de desdobramentos conduzido pelo seu autor – refira-se que em alguns casos, os objectos escondem peças de vestuário, as quais, depois de vestidas, numa...operação próxima de uma performance, revelam uma dimensão poética, intuída mas invisível num primeiro instante. Joga-se, assim, com a contradição entre o valor de uso e o valor de exposição, quando temos um, perdemos o outro.
Entrada actualizada el el 21 mar de 2019
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