Lisboa, 9 de março de 2022 – A Fidelidade Arte inaugura, no próximo dia 18 de março, uma exposição coletiva intitulada LIMIAR DA TRILOGIA que decorrerá em 3 atos – 3 momentos expositivos até 16 de setembro.
A exposição LIMIAR DA TRILOGIA está centrada na ideia de Limiar: o limiar social, o limiar criativo, o limiar da perceção humana, todos eles presentes na relação do indivíduo consigo mesmo ou com o outro. No confronto com as barreiras mentais e sociais, este 'limiar compósito' apresenta-se como uma linha forte e coerente, expressa no trabalho dos artistas do Manicómio, sinal diferenciador do valor artístico e humano em presença.
LIMIAR DA TRILOGIA não "é uma exposição de arte bruta e muito menos uma exposição da marginalização", refere Sandro Resende, diretor artístico do Manicómio.
Apesar do nome da organização que carregam, a criação artística que apresentam "não tem rótulos, sendo a partir dessa premissa que gostam de...trabalhar. É, sobretudo, um hino ao fazer, sem rótulos ou tendências históricas, sem a preocupação de se ser aquilo que não somos."
A exposição a apresentar na Fidelidade Arte é um momento marcante para o Manicómio pois, pela primeira vez, será reunido num único espaço e de reconhecidos créditos na programação em arte contemporânea em Portugal, um conjunto significativo de trabalhos desta estrutura artística. Uma etapa de um caminho iniciado formalmente em 2019, que aqui simbolicamente se apresenta trifurcado em três partes.
No primeiro dos 3 Atos que compõem este ciclo colaborativo da Fidelidade Arte com Manicómio participam os artistas Anabela Soares, Micaela Fikoff e Pedro Ventura, com trabalhos em escultura, desenho e vídeo.
A curadoria de LIMIAR DA TRILOGIA é do Manicómio, um espaço de criação e galeria de Arte em Portugal dedicada exclusivamente a artistas que experienciam ou já experienciaram doença mental. Localizado num espaço de trabalho colaborativo em Lisboa, este espaço criativo é um local aberto ao público que fomenta a criatividade e inovação e a cocriação entre artistas e outros agentes.
Manicómio oferece liberdade na prática artística e liberdade na busca do propósito individual, cruzando arte com a saúde mental e os direitos humanos. O projeto resulta de mais de 20 anos de luta pela dignidade e reconhecimento dos artistas que são excluídos do mundo da arte simplesmente por causa da sua doença mental.
Numa estratégia inserida no Programa de Responsabilidade Social, que tem a questão da saúde mental como um dos seus objetivos e preocupações prioritárias, a Fidelidade acompanha o Manicómio desde a sua génese, apoiando-o em diversos projetos.
Ana Fontoura, diretora do Gabinete de Responsabilidade Social do Grupo Fidelidade, reforça que “o Manicómio trabalha a inclusão social destes artistas como profissionais que são dando-lhes a dignidade, respeito e a recompensa que merecem. É um projeto sério, em que o artista está em primeiro lugar. Basta visitar o cowork NOW do Beato para ver a alegria e descontração vivida por estes homens e mulheres, focados nos seus trabalhos de escultura, desenho, pintura”.
A exposição LIMIAR DA TRILOGIA – ATO 1 estará patente ao público entre 18 de março e 20 de maio, com entrada gratuita.
Sobre os Artistas:
Anabela Soares
Nasceu em 1969, em Anadia, Portugal. Anabela começou no atelier de arte do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) em 2013. A sua escultura “Urso” integrou a exposição coletiva Deslocado (2015) no Pavilhão 31 (CHPL) em Lisboa, com diversos artistas brasileiros, como Alexandre Baltazar e Rafael Uzai. No mesmo local teve diversas esculturas na exposição coletiva Entrevista (2016) com Emir Kusturica. Fez parte das exposições coletivas insubordinar (2019) no Espaço Fidelidade Chiado8 Arte Contemporânea e Incómodo (2020) no Museu Municipal de Faro.
Teve a sua primeira exposição individual Os Monstros na Casa Família Oliveira Guimarães em Penela (2019), seguida de O dia em que perdi o pé (2020), no Museu Bordalo Pinheiro em Lisboa. Em 2021, esteve exposta no Museu de São Roque, em Lisboa, integrada no projeto coletivo O Outro como epifania do belo.É coautora dos vídeos-arte “Arte” e “Pátio das Emoções”. Está presente em diversas coleções privadas de arte. É representada pelo MANICÓMIO desde 2018.
Micaela Fikoff
Micaela Fikoff nasceu no Rio de Janeiro em 1965, mas a sua ligação com Portugal existe desde sempre.
É formada em design têxtil pela Polimoda em Florença, Itália, e a forma de como aborda as cores sempre foi a sua característica mais marcante, combinadas a traços bem naif.
Reside em Lisboa e é artista MANICÓMIO desde o início de 2021, redescobrindo-se no bordado.
Pedro Ventura
Nasceu em 1978, em Alenquer, e define-se como um sonhador. Com um percurso errático que se estende desde a sua função como empregado fabril até ao seu trabalho como escritor, publicou um livro intitulado Isso Toda a Gente Sabe, pela Editora Chiado. Participou como letrista no álbum Capaz, em parceria com o músico Senhor Vulcão, CD editado por MANICÓMIO, estrutura que o representa desde 2018.
Como artista plástico, participou em várias exposições coletivas, das quais se destacam: LX Factory, Bienal de Ourém, Hospital no Panóptico do Hospital Miguel Bombarda, Museu do Oriente, Museu Soares dos Reis, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Pavilhão do Conhecimento ou, mais recentemente, em 2020, integrando Incómodo, no Museu Municipal de Faro. Está representado em coleções particulares.
Entrada actualizada el el 17 jun de 2022
¿Te gustaría añadir o modificar algo de este perfil?
