“Um anartista será um anormal que, como vulgarmente são entendidos os anormais, não faz nada como normalmente os artistas fazem (…)”
“São os estudiosos das artes como os índios que, perante a projecção de um filme sobre uma grande metrópole, não reagem a não ser quando observam em trânsito num passeio apinhado de gente estranha uma bem familiar galinha, a única coisa que os liga a esse mundo desconhecido.”
“Há, naturalmente, nesta apreciação crítica ao anartista o maior elogio à sua arte, ou anarte, sendo esta a arte que nega a arte, como a anti-filosofia é a filosofia que nega a filosofia.”
“Os artistas vivem no mundo dos artistas, numa espécie de éden onde todos andam nus e desconhecem a existência do lado de fora do jardim de onde nunca saíram, coitados, foram lá colocados e ninguém lhes disse que podiam sair e como rejeitam, como os índios, o que desconhecem, negam a...existência da arte anedénica, talvez porque nunca comeram uma maçã.”
“José Régio afirmou no seu “Três ensaios sobre arte” que a arte é a “criação consciente de beleza”. Na minúscula ilha do Pacífico, arte é a “criação obediente de beleza.”
“Concluo que é claro que o anartista não tem pátria nem partido, mas as suas obras poderão revelar a pátria que não o possui e o partido a que não se filiou.”
“Com “anarquista”, o anartista sente uma ligação fraternal, acreditando ter sido parido por mesma mãe e de ter sido concebido por mesmo pai. “
“O anartista é o anarquista da arte e, tal como o anarquista, ainda ninguém o foi capaz de classificar como uma gema de incalculável valor porque só são capazes de classificar as pedras que já identificaram e só valorizam as que são lapidadas como já viram fazer.”
Entrada actualizada el el 09 ene de 2019
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