Matéria para Escavação Futura é uma exposição que olha e interroga a cidade, como um gesto de escavação da matéria de que ela é feita, para revelar os diferentes estratos que nela se justapõem, as configurações menos visíveis dos seus traçados e assim desemaranhar as tensões que a atravessam.
Matéria: Partimos da matéria tangível da cidade, do território em que se implanta, das arquitecturas que a configuram, dos ritmos que a compõem, das relações que a tecem e das práticas e gestos quotidianos que a vão moldando.
Escavar: A memória «é o medium através do qual chegamos ao vivido, do mesmo modo que a terra é o medium no qual estão soterradas as cidades antigas», escreveu Walter Benjamin. No acto de escavar todo o corpo é investido, não chega um bom plano, é necessário saber como escavar as camadas que não são imediatamente visíveis.
Futuro: Se a escavação der a ver no...presente vestígios erodidos, revelam-se as tensões subterrâneas que as imagens da cidade nesta época neoliberal invisibilizam. E esta revelação abre hipóteses de futuro que, enraizadas no reconhecimento dessas matérias ocultadas, libertam potências sociais e políticas e abrem imaginários de mudança.
Matéria para Escavação Futura propõe um percurso por 6 obras instalativas que integram fotografia, vídeo e instalação sonora. As obras tiveram como ponto de partida um processo de residências onde experimentámos a caminhada como forma de pesquisa situada, percorrendo a zona oriental de Lisboa, e debatemos três imagens conceptuais, «quinta-fachada», «cidade-imagem» e «limiar», que guiaram esta escavação conjunta.
Curadoria: Ana Jara e Joana Braga
Cidades subtis, instalação vídeo de Carlos Gomes
Fonografia do cuidado, instalação sonora de Fernando Ramalho
Sem prata, fotografia de Luísa Ferreira
Habitantes, instalação vídeo de Tânia Moreira David e Fernando Ramalho
Found Movement, instalação video de Tânia Moreira David
Inscrição, fotografia de Valter Vinagre
Entrada actualizada el el 05 may de 2021
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