Descripción de la Exposición
Os diversos trabalhos que compõem este projeto expositivo contemplam, em várias linguagens artísticas, uma aproximação à temática da alteridade. Convidam ainda à reflexão sobre a ideia de fronteira, física e simbólica, de separação entre as pessoas.
A maior parte das pessoas não vê as paredes, mas sentem-nas.
As obras remetem não apenas a episódios recentes envolvendo imigrantes e refugiados, mas também a questões autobiográficas, onde os artistas refletem sobre suas experiências migratórias. Os pais de Joaquim imigraram clandestinamente para a Alemanha onde ele nasceu. Alguns tios fugiram para a então colônia portuguesa Angola durante a ditadura, mas tiveram que voltar com "uma mão na frente e outra atrás" para Portugal, onde os chamados "retornados" foram considerados como uma ameaça pelos próprios conterrâneos. Letícia foi imigrante na Itália e em Portugal. Durante os seis anos que viveu em Lisboa, realizou um projeto artístico sobre sua experiência como imigrante brasileira.
Segundo a psicóloga Mónica Sorin, devemos aprender a beleza e a potência de sermos seres múltiplos, em cujo interior habitam várias personagens que vivem grandes batalhas internas. Somos povoados por um povo inteiro que nos faz avançar na vida e nos dá a capacidade de criar. É preciso aprender a escutar o estranho que existe dentro de nós, e aceitar a fascinante, desafiante, e, muitas vezes, incômoda e temível tarefa de devenir outro ou outra.
"Não me chames estrangeiro; olha-me nos olhos
Muito pra lá do ódio, do egoísmo e do medo.
E verás que eu sou um homem, não posso ser estrangeiro."
(Rafael Amor - cantor argentino)
O projeto expositivo conta ainda com uma intervenção com palavras nos banheiros e elevadores do SESC intitulada EU SOU O OUTRO.
Nessa ´aldeia global` em que vivemos, começa-se aos poucos a perceber que, embora fisicamente tão distantes, somos tão parecidos, na essência. Nós, seres humanos, podemos ser, ao mesmo tempo, muito semelhantes e muito diferentes e é interessante entender como essas diferenças e semelhanças são construídas, no nosso mundo afetivo e valorativo.
A nossa percepção do ´Outro` não é genética, mas sim construída desde a mais tenra idade. Nesse processo de compreender nossas semelhanças e contribuir para amenizar a intolerância e o preconceito, incentivar o processo de empatia é fundamental. Muitas vezes, só quando nos colocamos no lugar do chamado outro, é que começamos a compreender os mecanismos que constroem e sustentam o preconceito.
Nesta exposição "Nós os outros" do SESC Letícia Barreto apresenta uma pequena seleção de um projeto maior intitulado "A cor do silêncio" (composto de 6 diferentes séries de pinturas).
Exposición. 14 may de 2025 - 08 sep de 2025 / Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) / Madrid, España
Formación. 30 oct de 2025 - 11 jun de 2026 / Museo Nacional del Prado / Madrid, España