Exposición en Vitória, Espirito Santo, Brasil

O Trauma é Brasileiro

Dónde:
Galeria Homero Massena / Rua Pedro Palácios, 99 / Vitória, Espirito Santo, Brasil
Cuándo:
11 jun de 2019 - 24 ago de 2019
Inauguración:
11 jun de 2019
Precio:
Entrada gratuita
Organizada por:
Artistas participantes:
Enlaces oficiales:
Web 
Descripción de la Exposición
É prática nas religiões de matriz africana que, antes de qualquer ação, fala ou rito, reverencie-se os ancestrais, os mais velhos. É uma maneira de lembrar, manter viva a memória dos ancestrais e, desse modo, torná-los contemporâneos, e também de pedir a permissão para que se iniciem os trabalhos. A reverência prestada aos mais velhos propicia a manutenção de uma coletividade de história. Por isso, o exercício é sempre p de olhar para trás e para frente. Castiel Vitorino Brasileiro tem buscado em seu trabalho essas tradições ao resgatar os saberes de benzedeiras, rezadeiras e curandeiras pretas capixabas, que têm em seu ofício a manutenção do bem- estar e as práticas de cura por meio da integralidade entre corpo, mente e espírito. Desde 2015, Castiel desenvolve pesquisa sobre a epiderme e as marcas externas e internas produzidas a partir da ficção da raça. A pele, como marcador de diferenças, multicores, espinhos e ... ervas daninhas, No entanto, o que vemos atualmente é um transbordamento propiciado pelos encontros das águas internas da artista que têm como partida suas experiências nos campos da psicologia, da arte e da macumba. Suas preocupações são estéticas, políticas e, sobretudo, éticas. Correndo o risco de parecer redundante, esse trabalho só se torna possível mediante uma experiência encarnada e incorporada frente à questões que trata. Ele é resultado da criação de parcerias diversas, não no sentido dos acordos comerciais e trocas de serviços-, mas na produção de encontros. Castiel Brasileiro mobiliza pessoas e entidades ao jogar com diversos planos da existência. Não há como desvincular seu trabalho de uma dimensão espiritual e, por isso, sua leitura pede certo tipo de transcendência. As somagramas propostas por Michael Keleman (1995) como metodologia clínica são um convite para a uma investigação íntima de si, nas gestualidades e movimentações dos nossos corpos, nas vibrações, sensações e energias que produzimos nos estados de paragem ou de movimento. As somagramas aquareladas de Castiel nos possibilitam pensar o corpo como um lugar de escrita. A grafia- desenho parte do corpo e nele encontra sentido. Ao catalogar seus estados somáticos e reconfigurar seu corpo, que se modifica e seus encontros com as águas marítimas, a artista sugere o corpo como território, um microcosmo do espaço amplo, e por isso é sempre modulável. Propões inventariar as sensações de modo a criar um corpo que é arquivo cujos fragmentos podem ser recuperados, revistos e postos à contemplação. Seus amuletos de guerra trazem as imagens de objetos utilitários manufaturados pelos povos originários de Brasil e África. O trato com as substâncias orgânicas e inorgânicas que compõem os artefatos reveste os amuletos de autonomia. Resultam de um trabalho de arte feitiçaria que lhes confere vida. Esses objetos consagrados, quando acoplados ao corpo, agem na corporeidade de quem o usa e, também, no espaço-entorno. Um amuleto serve para nos livrar de uma diversidade de males e carregos: os adoecimentos físicos, fraquezas, maus olhados, a violência do colonizador, as experiências as expectativas da cisgeneridade etc. aos olhos de quem possa infligir alguma violência, é sim um lembrete: Não mexe comigo, que eu não ando só. Os objetos jogam com as tensões entre passividade e agressividade, força e fragilidade, efemeridade e perenidade. Oferece uma amálgama de contradições que bailam, nem sempre amistosamente, nas encruzilhadas da vida. Castiel firma seu ponto no espaço expositivo reivindicando seu direito ao segredo e à fala. A boca como lugar de manutenção da violência colonial é também uma possibilidade de produção de autonomia. A fala surge como enunciação de liberdade e o segredo como estratégia de resistência. O jogo de negociações entre o verbo e o silêncio se dá na interioridade, daí a pergunta não é apenas “quem pode falar?”, mas, “quem nos autoriza a falar?”, ou “ sobre o que falar?”, ou “ como falar?”, ou “para quem falar?”. O segredo é a inteligência africana que permite a manutenção da existência na violenta diáspora. O segredo é o que possibilita que a artista perfure as malhas que tentam imobilizar os artistas negros em lugares de silenciamento e inviabilidade. É a ginga e a mandinga, é o puro mistério, é a aproximação com a vida. O segredo é a encruzilhada. A exposição O Trauma é Brasileiro é a convocação. É um chamamento para adentrar o espaço de corpo-espírito e pés descalços. A sacralização do espaço contamina a galeria e rompe a assepsia da instituição que passa a abrigar múltiplas existências em seu interior. O gesto da artista que passa a abrigar múltiplas existências em seu interior. O gesto da artista fortalece o espaço, preenche-o de significados e sentidos, torna-o real. Castiel transforma a galeria em seu cazuá, que está pronto para servir de abrigo e, quem sabe, despertar processos íntimos de comunitários de cura. Napê Rocha. *A exposição contou com recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), por meio do Edital 019/2018. __________________ Castiel Vitorino Brasileiro Com 22 anos e graduanda do 9º período do curso de Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Castiel Vitorino Brasileiro pesquisa e inventa relações em que corpos não-brancos se desprendem das amarras da colonialidade. Idealizadora do projeto de imersão em processos criativos decoloniais DEVORAÇÕES. Produz estéticas e discursos que colaboram para a desestabilização de sistemas racistas, que ao longo da história subalternizam populações negras.

 

 

Entrada actualizada el el 09 jul de 2021

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