'Há só uma janela fechada,

E todo o mundo lá fora;

E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, que nunca é o que se vê quando se abre a janela'

Esse poema de Fernando Pessoa, heterônimo Alberto Caeiro, retrata bem o que Nelson dos Passos e Gerdaff querem relatar nesta mostra.

Em seus planos pictóricos flatbed da pintura, ou planaridade, poderia se introduzir qualquer material e elemento que daria a ilusão de que todo o sistema formaria um plano vertical real, mas, foi concebido horizontalmente, numa superfície pictórica aberta, decifrando os fenômenos do mundo do homem, olhando pela janela, e dando consciência imersa no cérebro da cidade.

A série de pinturas de Nelson dos Passos, faz alusão aos grafites de São Paulo, porém, sua plasticidade e ... pinceladas, vão além dos signos aqui expostos. Em seus 8 trabalhos, observasse uma linguagem urbana com conteúdo de elementos do grafite.

Já Gerdaff, em suas 08 fotos sobrepostas, evidencia cifras de uma cidade olhada por sua lente, moldurando-a, dando vida a cada morador em seu pequeno espaço. As cores pintadas em cada caixa, revela-se uma alegria, com cores primárias, cores da inocência, da brincadeira.

Apesar do conceito, o plano flatbed da pintura, evocar uma alusão simbólica a superfície em processos operacionais, Nelson e Gerdaff de uma maneira peculiar, tentam dar forma e colorido numa paisagem hibrida e sem cor. Como Gerdaff em seu depoimento disse: 'Queria dar colorido e deixar bonito em algo que é tão triste em se olhar'.

Abre a Janela.