Exposición en Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Parênteses: ( ) | Parentheses: ( )

Dónde:
Bolsa de Arte / Rua Visconde do Rio Branco, 365 - Bairro Floresta / Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Cuándo:
24 mar de 2016 - 15 may de 2016
Inauguración:
23 mar de 2016 / 19:00
Organizada por:
Artistas participantes:
Descripción de la Exposición
A mostra ¬ Parênteses: ( ) é um trabalho com uma relação direta a grande exposição When attitudes (trans) form curado por Cauê Alves no Centro Cultural Minas em Belo Horizonte, Minas Gerais, em cartaz de 11 agosto a 12 outubro de 2015. O título parafraseia a famosa exposição de arte conceitual curada por Harald Szeemann, When Attitudes Become Form, que em 1969 introduziu uma nova forma desmaterializada de trabalho de arte, onde o ato ou o processo de criação era tomado como a própria obra de arte. A exposição: Será apresentado 8 desenhos de fumaça sobre tela, objetos e esculturas de que utilizam o livro como material construtivo. Sobre os desenhos: Movimentos de desmanche da sintaxe e das próprias palavras são radicalizados por Shirley Paes Leme em seus desenhos Cauê Alves relata: “Em cada um deles frases e palavras perdem suas estruturas. Cobertas com fumaça, todas as ... relações de concordância e subordinação das orações são desordenadas. Não há mais qualquer estrutura linguística que organize as letras. Elas se transformaram e sinais gráficos vazados. A partir de máscaras, as letras em vez de serem desenhadas se formam a partir de seu negativo. Ao serem desveladas trazem um oco interno, são antes lacunas que resultantes de algum gesto incisivo. Letras isoladas, acinzentadas, se mostram e se escondem, se revelam e se camuflam. Tais como os objetos gráficos de Mira Schendel, os desenhos de Shirley Paes Leme se reencontram com um fundo universal das línguas e assim se aproximam do estado nascente da poesia e do pensamento. Deles surgem um excesso de sentido, múltiplas possibilidades que não se opõem à falta de sentido que o abandono das regras gramaticas proporcionam. É como se a artista entrasse nas camadas mais profundas do alfabeto, lugar fluido que os poetas frequentam com sua imaginação. Seria uma espécie de mundo silencioso e primordial de onde brota a linguagem. Entretanto, fora de linguagem verbal, os desenhos de Shirley Paes Leme conseguem dizer coisas que a literatura não conseguiria. Jamais poderia haver um equivalente a eles no campo verbal. A artista torce os sentidos das letras, abandona a escrita e explora a sua visualidade ao mesmo tempo que sua dimensão temporal. Seus desenhos trazem um instante da atmosfera rarefeita das fumaças, com uma grande variedade de sombras e texturas. O ar denso e nebuloso das grandes cidades encobre nossa visão, as palavras, seus significados e tende a tudo obscurecer.” Sobre os objetos e as esculturas: Os objetos e as esculturas integrantes da instalação Classe parte da exposição When attitudes (trans) form se relacionam com luz e sombra como explica Cauê Alves: "Luz e sombra foram metáforas para razão e ignorância. A luz sempre esteve ligada ao conhecimento, ao saber, daí os termos Iluminismo e esclarecimento. A autonomia da razão humana elaborada nesse período foi central nas concepções de formação e educação posteriores. Como um todo, no entanto, o conjunto é luminoso e esclarecedor. Se Shirley Paes Leme desenvolve, desde 1968, uma trajetória sólida como professora, nada mais natural que o fato de essa atitude integrar seu trabalho de arte. A atividade docente e de for- mação contínua é a própria obra de arte. Consciente das questões fundamentais de seu próprio tempo, inclusive daquelas que se encontram na sombra, o trabalho da artista está ligado à reflexão sobre o papel e a importância da atividade pedagógica em exposições de arte. Em vez de meramente delegar aos educadores o trabalho de pensar o processo de formação, a artista aborda isso no interior de sua obra. Tratar os educadores como meros prestadores de serviço para transmitir as ideias da exposição ou do pensamento curatorial não está no horizonte dessa mostra. O processo educativo é bem mais complexo do que simplesmente oferecer conteúdo para o público. Ele representa a possibilidade do diálogo e da reflexão sobre o lugar do artista, do curador e do modo como a própria arte possui um aspecto formador. É a partir do contato com a arte, de dentro dela, que os educadores podem buscar aproximações entre os visitantes e os processos artísticos contemporâneos, reinventando práticas já consolidadas. O que o trabalho de Shirley Paes Leme proporciona é uma espécie de quebra da linha divisória entre propostas pedagógicas e artísticas. E isso permite que o educador também possa exercer um papel mais inventivo e propositivo. Com o estreitamento de vínculos entre arte, pedagogia e curadoria, algumas das inquietações do público podem encontrar eco dentro das obras, no sentido tanto de satisfazer como de frustrar expectativas, mas sempre compreendendo esse processo. Isso qualifica a participação em trabalhos mais relacionais. A banalidade do consumo e do entretenimento que invadiu as mostras de arte pode ser superada com a reflexão e a tomada de consciência que o processo pedagógico tende a estimular. Propondo uma mostra que não se encerra em sua parte expositiva, a artista organizou uma série de conversas, palestras e encontros com artistas, arquiteto, poeta, engenheiro, advogado e promotor, que ocorrem regularmente no espaço expositivo. Todas as falas estão ligadas a atitudes que transformam. Nas obras exposta na Bolsa de Arte consta de uma escultura formada de 3 prateleiras pretas nas quais a artista interveio, pintando os livros de preto deixando aparente apenas algumas palavras nas lombadas. Como Cauê Alves resalta: “De modo aleatório, poemas e jogos de palavras são formados, criando sentidos inusitados e associações inesperadas entre fragmentos de títulos e tipografias distintas. As estantes com livros pintados de preto dialogam com a arquitetura das grandes cidades e seus letreiros luminosos, como se cada uma fosse uma paisagem noturna.” Ainda segundo Cauê Alves, “Como o processo de conhecimento nunca termina, uma pesquisa sempre. A artista convida os visitantes a participar do projeto, que é composto por materiais didáticos que ela guarda desde que começou a lecionar, em 1968. Trabalhos de conclusão de cursos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros, disquetes de computador e slides são a matéria prima para alguns dos trabalhos da artista. Resíduos da atividade de docência são reconfigurados e ressignificados. O espaço conta ainda com lousa, anotações e referencias da artista. Como o processo de conhecimento nunca termina, uma pesquisa sempre gera outra, uma obra de arte sempre abre possibilidades para outras, todo o espaço e o tempo da mostra acabam tratando do infinito." Sobre a artista: Entre 1975 e 1978, Shirley Paes Leme frequenta o curso de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde estuda com Amilcar de Castro (1920-2002). Recebe bolsa de estudos da Fulbright Foundation em 1983 e inicia mestrado na Universidade do Arizona, em Tucson. Posteriormente, transfere-se para Berkeley, onde cursa doutorado na John F. Kennedy University, concluído em 1986. Frequentou: San Francisco Art Institute, Universidade da Califórnia em Los Angeles, e Universidade da Califórnia em Berkeley. Foi professora titular de Artes Plásticas na Universidade Federal de Uberlândia por 25 anos e na Faculdade Santa Marcelina em Sao Paulo por 15 anos. Realizou inúmeras exposições no Brasil e no exterior, como: destaque para Novos Valores da Arte Latino-Americana, no Museu de Arte de Brasília, 1989; Bienal de Lausanne, 1993; VII Bienal da Polônia,1995; Deux Artistes Brésiliens: Amílcar de Castro et Shirley Paes Leme, Paris, 1996; Die Anderen Modernen, Casa das Culturas do Mundo, Berlim,1997; e Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX e Diversidade da Escultura Brasileira, Itaú Cultural, 1997. Em 2000 participou das seguintes mostras: II Bienal do Mercosul, Porto Alegre; VII Bienal de La Habana, Cuba; Mostra do Redescobrimento -Brasil +500, São Paulo e Século XX: Arte do Brasil, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal. Em 2001: Bienal 50 anos, São Paulo; e Côte à Côte - Art Contemporain du Brésil, Musée d'Art Contemporain de Bourdeaux, França. Dentre suas mais recentes exposições individuais estão Horas, Galeria do IAV (Goiânia, 2010); "Heterotopias Cotidianas", Dragão do Mar Arte e Cultura (Fortaleza, 2009); "Ambulantes: Estructura-Acción", Intervenção Urbana, Cidade do México, (México, 2008); "Endless End (Fim sem Fim)", Sesc, (São Paulo, 2008) e Desenho : Atitude, Nara Roesler Galeria de Arte, (São Paulo, 2007); Água Viva, Museu Vale, (Vitoria, E.S.2012); Incerto limite, Galeria Bolsa de Arte,( Porto Alegre, R.G.S, 2012). Silencioso e incerto, Matias Brotas Arte Contemporânea, ( Vitória, E.S. 2013). Microhistórias Diárias, Galeria Bolsa de Arte de Porto Alegre, (São Paulo, SP 2014). When attitudes (trans) form , Centro Cultural Minas em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2015. Sobre o curador: Cauê Alves (São Paulo, Brasil, 1977) é mestre e doutor em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É professor da graduação e pós-graduação do curso Arte: história, crítica e curadoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP) e do curso de pós-graduação da Escola da Cidade, Civilização América: Um Olhar Através da Arquitetura. Escreve regularmente sobre arte contemporânea e tem experiência em história da arte, teoria da arte e estética. Foi um dos curadores do 32º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011). Desde 2006 é curador do Clube de Gravura do MAM-SP. Foi membro do Conselho Consultivo de Artes do MAM-SP (2005-2007) e realizou, entre outras curadorias, MAM[na]OCA: arte brasileira do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2006), a mostra Quase líquido, Itaú Cultural (2008), Da Estrutura ao Tempo: Hélio Oiticica, no Instituto de Arte Contemporânea (2009) e Mira Schendel: avesso do avesso (2010), também no IAC.

 

 
Imágenes de la Exposición
Shirley Paes Leme, Ar, 2015. Fumaça congelada sobre tela, 200x192cm.

Entrada actualizada el el 22 mar de 2016

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